Um homem que foi preso após participar de uma pirâmide financeira com a imagem do Bitcoin na Argentina não mostra remorso por suas atividades.
Reconhecidas em todo o mundo como uma fraude financeira, as pirâmides consistem em esquemas de recrutamento de novos investidores, com a prática chamada de marketing multinível.
Ao entrar um novo investidor, os antigos são pagos com esse dinheiro novo, tornando estes negócios totalmente insustentáveis com o passar do tempo. Para justificar o negócio os estelionatários por trás do esquema associam a imagem de algum produto, em busca de dar a sensação de um negócio para a fraude.
No Brasil alguns dos exemplos são Fazendas Boi Gordo, Avestruz Master, Telexfree, entre outras mais que já foram criadas. Outras acabaram usando a imagem do Bitcoin, como a OneCoin, Unick Forex, Indeal.
Preso por pirâmide com a imagem do Bitcoin não mostra remorso
No final de dezembro de 2020, a polícia argentina prendeu oito pessoas por fraudes de investimentos no mercado financeiro local. Um dos presos foi Edgar Moreno, um famoso locutor de rádio e jornalista do país, ele aproveitou sua influência na mídia para promover o negócio que causou prejuízo estimado em U$$ 10 bilhões em todo o mundo.
Chamado OneCoin, o golpe foi cometido por Ruja Ignatova, que segue foragida ainda hoje. Esse golpe alcançou redes no Brasil e também na Argentina, com pessoas que nunca mais deverão recuperar seus investimentos.
No caso de Edgar, ele concedeu uma entrevista para o portal argentino Suquia, após seguir na cadeia há mais que nove meses. Durante os anos de funcionamento da OneCoin, ele teria divulgado o golpe na Argentina e Panamá, captando muitos clientes para essa pirâmide.
Questionado sobre o que teria acontecido com ele, que acabou sendo preso, o homem se mostrou surpreso e não reconheceu que participou do golpe.
“A pessoa que mais se surpreendeu com a minha prisão fui eu. Quem me conhece pessoalmente sabe que sou um bom homem e um empresário, não um criminoso ou golpista.”
Em sua defesa, Moreno afirmou até que sua prisão e dos outros promotores da OneCoin na Argentina é um abuso de justiça, visto que eles são pessoas corretas e nem passagem policial tinham antes da prisão.
Após a captura de Moreno e mais sete pessoas, a polícia local já efetuou novas prisões no caso, que segue investigado pelas autoridades. A OneCoin pode ter deixado só na Argentina um rastro de prejuízo que passa os milhões, mas os golpistas presos não mostram remorso por participar da fraude.
O caso ilustra bem que quando uma pirâmide acaba, os líderes também acabam sendo culpados, com a prisão sendo um dos destinos de quem comete fraudes financeiras contra pessoas e suas famílias.