Bitcoin e notas de dólar na frente de telas de gráficos de mercado.
Com o Bitcoin em queda desde seu topo histórico em novembro, outro fator está contribuindo para as perdas dos investidores brasileiros: a queda do dólar em relação ao real.
Embora não seja o maior vilão desta história, a queda do dólar — ou a alta do real, caso prefira — já ultrapassa a marca dos 10% nos últimos dois meses. Fazendo a moeda americana voltar aos R$ 5 pela primeira vez nos últimos oito meses.
Além de derrubar ainda mais o valor do Bitcoin, conforme ele é precificado majoritariamente em dólar, isso também tem impacto em setores. Como destaque, podemos citar mineração de criptomoedas, mais especificadamente de Ethereum.
Segundo especialistas, um dos principais motivos pela queda do dólar é a sua recente inflação, a mais alta das últimas quatro décadas, causada pela política financeira dos EUA desde o início da pandemia da Covid-19.
Vale notar que os EUA não são o único país com tal problema, pelo contrário. Todavia outros países estão tomando medidas mais agressivas para controlar a inflação.
Dito isso, embora a inflação do real seja maior que a do dólar, a Taxa Selic está definida em 10,75% ao ano, enquanto as taxas de juros americanas permanecem nos 0,25%. Em outras palavras, os investidores estão preferindo o real.
Analisando um intervalo de dois meses, desde 23 de dezembro de 2021, o dólar perdeu cerca de 10% de seu valor em relação a nossa moeda. Isso mesmo com a pequena valorização desta quinta-feira (24). Contudo, embora isso seja bom para nossa economia, investidores de Bitcoin já podem sentir o impacto.
Embora não seja o principal fator que esteja alimentando as perdas em investimento de Bitcoin, a queda do dólar é um agravante para quem está comprado na maior criptomoeda do mercado.
Com o Bitcoin caindo 30% nos últimos dois meses em relação ao dólar, principal par do BTC, investidores brasileiros estão com perdas ainda maiores quando os números são vistos em reais. No mesmo período, o BTC caiu 37% em relação ao real devido à valorização do mesmo.
Visto isto, é importante levar o par USD/BRL em conta na hora de comprar Bitcoin. Sobre o futuro, espera-se que o Fed aumente a taxa de juros, o que, em tese, faria o preço do BTC cair, entretanto, o real também cairia. Então isso pode ter pouco impacto para brasileiros.
Sofrendo ainda mais perdas que o Bitcoin, investidores de Ethereum, segunda maior criptomoeda do mercado, também enfrentam interferência do mercado tradicional. Entretanto, tudo fica ainda mais complicado para os mineradores.
Além da desvalorização do Ethereum, 6% maior em relação ao real do que ao dólar, outros pontos merecem a nossa atenção quanto o assunto é mineração. Primeiramente, as taxas de transação do Ethereum estão caindo e, embora não estejam tão baratas, isso diminui o rendimento dos mineradores no mundo todo.
Entretanto, a queda do dólar também possui outro agravante para estes empreendedores e jogadores que mineram casualmente. Afinal, conforme o dólar cai, mais cara fica a energia quando convertida para USD.
Em outras palavras, o custo energético tem grande impacto nesta competição, forçando quem tem mais custos a encerrar suas atividades primeiro. Portanto, as mudanças no preço do dólar tem grande impacto nos investimentos diretos e indiretos em Bitcoin. Bem como em Ethereum e outras criptomoedas, merecendo assim a nossa atenção na hora de investir.
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