A comunidade de criptomoedas agora vai ter que lidar com um novo método de vigilância iniciado pelos EUA. A Receita Federal do país, representada pela IRS, afirmou estar de olho em ATM de Bitcoin e quiosques que vendem criptomoedas.
De acordo com informações da Bloomberg Law, os EUA querem pegar dinheiro das criptomoedas. O detalhe é que houve uma nova modalidade de conseguir isso: rastrear operações feitas com ATM ou em quiosques.
Segundo apurou a reportagem, no dia 15 a IRS soltou uma nota sobre o caso. Os investigadores criminais da agência estão com foco total nas operações realizadas nestes ambientes.
Além disso, o chefe da IRS, John Fort, afirmou que há uma parceria desta instituição com a polícia. A medida visa controlar operações realizadas em ATMs, principalmente quando há suspeitas de atividades ilícitas.
Em outras palavras, se você pode entrar, colocar dinheiro e retirar bitcoin, obviamente estamos interessados potencialmente na pessoa que usa o quiosque e qual é a fonte dos fundos, mas também nos operadores dos quiosques
Até o momento ainda não há nenhum caso público registrado de operações ilegais com Bitcoin em ATM ou quiosques. Entretanto, o chefe John afirmou que há alguns casos que já estão em avaliação.
A maior preocupação de rastrear tais operações, de acordo com o chefe da IRS, é lavagem de dinheiro. Isso porque as máquinas conhecidas como ATM de Bitcoin devem seguir as leis dos EUA. Contudo, para o IRS tais máquinas não têm se sido alinhadas com tais regulamentações.
Ele afirmou que quer pegar as informações de quem compra criptomoedas em quiosques e ATMs de Bitcoin. Além disso, também possuem o interesse em quem comercializa tais moedas, ou seja, o dono das máquinas e quiosques.
Contudo, a nova política de rastrear criptomoedas não vai afetar apenas estes serviços. As exchanges de criptomoedas, baseadas nos EUA principalmente, também estão na mira.
Para John, com o receio dos norte-americanos com a situação do país com a China, há medo de uma evasão para o exterior de dinheiro. Além disso, investidores do país podem querer operar em bolsas estrangeiras, e sair com o dinheiro via criptomoedas poderia facilitar este processo.
Temos a preocupação de que, à medida que as coisas se estreitam aqui nos EUA, estamos empurrando as pessoas para as bolsas estrangeiras… Temos que focar nisso também
O trabalho da Receita Federal dos EUA para conter problemas com lavagem de dinheiro utilizando ATM de Bitcoin não será fácil. A explicação é porque este possui a maior quantidade de máquinas do mundo, segundo informações do CoinATMRadar.
São mais que 4 mil máquinas no país, espalhadas por todo o território. O segundo colocado que é o Canadá possui pouco mais que 700. No Brasil só há o registro de um ATM de Bitcoin, de acordo com o website.
A regulamentação dos EUA ainda não define muitos aspectos para criptomoedas. Há quem acredite que o país seja importante para o Bitcoin, uma vez que é lá o maior volume de operações com moedas fiat. Entretanto, caso os usuários encontrem dificuldades com operações em máquinas, o uso desta pode cair.
Quando Satoshi Nakamoto criou a moeda, a ideia era não haver intermediários. Tais máquinas, se virarem alvos de autoridades pelo mundo pode cair em desuso pela comunidade de criptomoedas.
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