Reuters ataca Binance, CEO responde: “ameaçaram vazar informações da minha família”

O CEO da Binance parecia estar pronto para digitar uma resposta à Reuters. Afinal, jornalistas haviam entrado em contato com a corretora na segunda-feira passada (10) com uma série de perguntas.

Em uma matéria investigativa especial, a Reuters voltou a atacar a Binance nesta segunda-feira (17). Apesar da investigação apontar estratégias da Binance para fugir da rígida regulamentação americana, sugerindo que a corretora não está limpa, o preço da Binance Coin (BNB) nem sequer se moveu.

Em outras palavras, o mercado não deu muita importância ao ataque. Afinal, o mesmo parece um resumo sobre tudo que já foi dito sobre a Binance, cuja parte mais interessante está relacionada ao “documento de Tai Chi”, já explorado pela Forbes ainda em 2020.

Contudo, o CEO da Binance fez questão de responder rapidamente à Reuters. Em nota publicada no site oficial da corretora, Changpeng Zhao mostrou-se mais incomodado com a exposição de seu filho, com a co-fundadora da Binance (Yi He), do que com as acusações em si.

O que a Reuters publicou sobre a Binance?

Em uma extensa matéria com quase 4.500 palavras, a Reuters explica como a Binance se mantém longe dos holofotes da SEC até hoje. Em suma, aponta a criação da Binance.US, uma espécie de subsidiária para atender americanos — e atrair atenção das autoridades — enquanto a Binance global seguiria livre.

Uma das diferenças entre elas seria a quantidade de criptomoedas negociadas, limitando algumas nos EUA por conta da legislação, bem como a exigência de KYC — padrão implementado pela Binance global apenas no último ano.

Seguindo, a Reuters também ilustra que a Binance possui 73 empresas locais em diferentes países, incluindo uma no Brasil. Como destaque, cita que a maioria delas é controlada por Changpeng Zhao, apontando que tal influência causou a saída de dois executivos da Binance.US.

Subsidiárias da Binance pelo mundo, com e sem o controle de Changpeng Zhao.

O texto segue, apontando que Zhao teria até mesmo ignorado o pedido de um funcionário para utilizar o aplicativo Slack, afirmando que ele entregaria seus dados para “qualquer agência dos EUA em uma bandeja de prata”.

Apesar da tentativa do ataque à Binance, o preço do BNB não se moveu após a publicação da matéria pela Reuters. Hoje, o BNB é o maior termômetro da saúde da corretora, afinal seu valor é principalmente dependente dos volumes da Binance, conforme seu maior caso de uso está relacionado a obtenção de desconto nas taxas de negociação.

Changpeng Zhao responde à Reuters

Do outro lado, o CEO da Binance parecia estar pronto para digitar uma resposta à Reuters. Afinal, jornalistas haviam entrado em contato com a corretora na segunda-feira passada (10) com uma série de perguntas.

Além disso, os jornalistas eram os mesmos que acusaram a Binance de ajudar traficantes a lavar R$ 11 bilhões e também de afirmar que a corretora estava descumprindo sanções. Ou seja, Changpeng Zhao já sabia que o próximo artigo seguiria a mesma linha de acusações.

Apesar de ter respondido a todos pontos, sobre conformidade jurídica e estilo de liderança, Zhao mostrou-se mais incomodado com a exposição de seu filho pela Reuters.

“Esses são temas justificáveis que tenho o prazer de abordar. O que é inédito desta vez é que eles baixaram ainda mais o nível e cruzaram a linha para um território indefensável. Eles sinalizaram a intenção de escrever sobre meus filhos.”

Na matéria, a Reuters afirma que o empresário possui um filho com Yi He, co-fundadora da Binance, uma informação sem relação ao tema da reportagem.

Por fim, é sabido que os EUA estão investigando todas corretoras de criptomoedas, incluindo a Binance.

Na semana passada, a Bittrex foi multada em R$ 276 milhões por não manter um programa de KYC entre 2014 e 2018, por exemplo. Outra gigante, a BitMEX foi investigada pelo mesmo motivo em 2020, levando a prisão de seus executivos.

Portanto, é possível que a Binance também seja multada em algum momento, afinal a corretora não exigiu KYC por muitos anos, permitindo seu uso por americanos. Entretanto, é difícil imaginar que o valor de uma potencial multa faça a mesma perder seu posto de maior corretora do mundo.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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