A semana começou com o Bitcoin trazendo um certo alívio para os investidores, tendo resistido na casa dos US$ 19 mil e voltando para os atuais US$ 20 mil, no entanto, os problemas estão muito além do preço da criptomoeda, com algumas companhias prejudicando seus clientes e demonstrando as falhas em sistemas tradicionais.
Em uma pesquisa recente, um usuário do Twitter compilou uma lista de diferentes corretoras e plataformas de criptomoedas que bloquearam saques dos clientes ou oferecem riscos para o dinheiro dos investidores.
De acordo com Louis, que é CEO e CIO da Mimesis Capital, as companhias com modelos “antigos” de administração não vão sobreviver à era do Bitcoin.
“A Unchained não está nessa lista porque ela não faz a re-hipoteca do seu BTC.
O seu Bitcoin fica em um cofre multisig contralado por você.
As firmas abaixo estão usando modelos bancários conhecidos com reserva fracionada.
Os usuários têm que confiar neles. E é por isso que não vão sobreviver à era do Bitcoin.”
No @unchainedcap on the list, because unchained doesn’t rehypothecate BTC. Your BTC is in multisig vault control by you.
The firms below using outdated banking model knows as fractional reserve. User has to fully trust them. And that’s why they won’t survive in the #bitcoin age. pic.twitter.com/mlC5wbBJoY
— Louis Liu (@louishliu) June 27, 2022
Empresas que bloqueram saques de criptomoedas
- Celsius
- Three Arrows Capital (3AC)
- BlockFI
- Genhesis
- Nexo
- Bitmex
- Finblox
- Babel Finance
- Orthogonal Trading
- Maple Finance
- Voyager Digital
- CoinFlex
Vale dar destaque para as companhias que foram listadas pelo usuário, com algumas bem famosas e outras que já limitaram os saques dos clientes e até mesmo bloquearam completamente.
Companhias com saques de criptomoedas limitados e bloqueados
As empresas listadas cometem os mesmos erros dos bancos de praticarem reservas fracionadas. Um dos motivos pelo qual o Bitcoin foi criado foi para acabar com esse tipo de prática.
As reservas fracionadas representam um risco para os fundos dos investidores porque eles podem ser perdidos em empréstimos e até mesmo golpes pelas companhias, não é o usuário que controlar o próprio dinheiro nesses casos.
Entre as listadas, as que estão afetando diretamente os seus clientes são a Celsius, que pausou os saques de seus clientes desde 12 de junho.
A Finblox limitou saques para US$ 500 por dia e US$ 1.500 por mês, Voyager Digital, que pode estar passando por problemas com um empréstimo feito à 3AC também limitou os saques para US$ 10 mil.
A Babel Finance, que possui um empréstimo de US$ 3 bilhões suspendeu todos os saques e está em negociações com os clientes sobre a situação do dinheiro bloqueado.
Outros nomes importantes também possuem riscos, como exposição a outros investimentos ou empréstimos feitos ou tomados de outras entidades e que podem levar a situações como as descritas à cima.
A Three Arrows Capital (3AC) que está ligada a Voyager Digital, já teve mais de US$ 400 milhões de seus fundos liquidados. O problema é que outras companhias estão expostas a ela, como a CoinFlex, que pausou saques recentemente por cerca de uma semana ou a própria Bitmex, um grande nome do setor.
Em muitos casos essa crise mostrou um efeito dominó, com os problemas da Babel afetando também a Orthogonal Trading, que tem um empréstimo ativo de US$ 10 milhões à Babel.
Por sua vez, o risco da Orthogonal Trading afeta diretamente a Maple Finance, que tem uma exposição de US$ 10 milhões na companhia.
Até mesmo aquelas que dizem não ter ligação nenhuma ou exposição a outras empresas também possuem grandes riscos, como a Nexo e o seu débito de US$ 4.9 Bilhões. Já a broker Genesis vendeu todo o seu colateral liquido e praticamente faliu.
Nem todas que estão com saldos bloqueados darão prejuízo para os investidores, mas é claro que elas apresentam grandes riscos, similares aos dos bancos, o que vai contra boa parte da natureza das criptomoedas. Por isso é sempre muito importante saber quando, como e onde investir em suas criptomoedas.