Nesta última terça-feira (21), Vitalik Buterin, fundador do Ethereum, participou da conferência “AskVitalikBA” que aconteceu na Argentina. Na oportunidade, Vitalik expressou suas crenças sobre criptomoedas, bem como questões políticas.
Dentre as falas mais importantes está a sua visão entre Proof of Work (PoW) e Proof of Stake (PoS), citando que o segundo modelo consegue ser mais eficiente e menos vulnerável à censura. Além disso, ele também afirmou que o Ethereum continuaria crescendo mesmo que ele desaparecesse por algum motivo.
Por fim, Vitalik elogiou o povo argentino e criticou o governo ao afirmar que o Estado é pouco capaz, ao contrário de seu povo. Ademais, também citou a importância das criptomoedas em países pequenos, que são os verdadeiros pilares do setor.
“Ethereum existirá com ou sem Vitalik Buterin”, diz cofundador ao cogitar sumir
Uma das principais diferenças entre as atuais duas maiores criptomoedas do mundo está ligada aos seus fundadores. Enquanto Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, desapareceu e não tem mais ligação com o projeto, o Ethereum continua muito dependente de Vitalik Buterin.
Embora hoje sua visão e comando sejam extremamente fundamentais para o Ethereum, Vitalik afirmou que o projeto pode continuar crescendo mesmo se ele sumir.
“Eu acho que a comunidade do Ethereum é grande e mesmo se eu desaparecer amanhã, continuará sendo uma grande blockchain. Obviamente não vou desaparecer”
Apesar disso, vale lembrar que uma notícia falsa, que afirmava que Vitalik havia morrido, fez o preço do Ether despencar cerca de 30% em poucas horas em 2017.
Proof of Stake no Ethereum
Vitalik também aproveitou a oportunidade para novamente defender o Proof of Stake (PoS), algoritmo que permite a mineração usando as próprias moedas da rede ao invés de placas de vídeo, como é feita pelo atual Proof of Work (PoW) do Ethereum.
“Acredito que o Proof of Stake é muito mais resistente à censura do que o Proof of Work”
Segundo o criador do Ethereum, é mais difícil que governos censurem participantes do PoS porque como o PoW consome muita energia e espaço. Ou seja, é mais fácil que governos encontrem estes participantes, como aconteceu na China.
Esperando a migração para PoS no próximo ano, Vitalik também comentou que a escalabilidade é o atual grande desafio. Apesar disso, notou que caso o protocolo torne-se muito centralizado ao resolver esta questão, isso também poderá ser considerado um fracasso.
Criptomoedas em países emergentes como Argentina
A visita de Vitalik Buterin na Argentina chamou a atenção de toda comunidade que esgotou rapidamente todos os ingressos para vê-lo, reforçando a sua importância tanto no Ethereum quanto na indústria em geral.
Sobre o uso de criptomoedas na Argentina, e outros países com economias semelhantes, Vitalik destacou que a principal diferença é que sua população consegue usar as criptomoedas para resolver problemas como inflação e burocracia.
“Acho que a diferença entre aqui [Argentina] e alguns dos países mais ricos é que, embora em ambos haja pessoas entusiasmadas com criptomoedas, as pessoas aqui entendem profundamente que isso é algo que está resolvendo problemas reais para elas”, afirmou Vitalik Buterin, fundador do Ethereum.
Ou seja, embora muitos olhem para as decisões tomadas por governos de grandes potências como EUA e China, o verdadeiro foco que a comunidade precisa ter é em países pequenos, afinal são eles que provavelmente liderarão esta revolução.