O “Sheik dos Bitcoins”, Francisley da Silva, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (3), em Curitiba (PR), em um desdobramento da Operação Poyas, deflagrada no último mês de outubro.
O Grupo InterAg e empresas como a Rental Coins são investigadas pela criação de pirâmides financeiras. Tudo começou após o pedido de autoridades norte-americanas da Homeland Security Investigations (HSI) para a Interpol, que repassou o caso para PF no Brasil.
As suspeitas são de que crimes contra pessoas de vários países tenham sido cometidos, causando prejuízos milionários.
Sheik dos bitcoins é preso preventivamente em nova operação da PF
Durante a primeira fase da Operação Poyas, vários bens do Sheik dos bitcoins foram apreendidos pela PF, que bloqueou carros de luxo, relógios de luxo e vários outros itens de valor durante a apreensão.
As suspeitas é de que pelo menos 100 CNPJs tenham sido criados para que o crime tivesse sua atuação, com vários sócios. A primeira fase da Operação Poyas foi no dia 6 de outubro de 2022.
Nesta quinta, além da prisão de Francisley da Silva, o tal Sheik dos bitcoins, outros dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A justificativa da PF para a prisão do sheik é que ele estaria se encontrando com outros investigados e funcionários de suas empresas, o que indicou para a investigação que ele mantinha a prática criminosa em andamento, mesmo após a suspensão de suas atividades de gerenciamento dos negócios.
“A partir de trabalhos policiais, foi possível identificar que o investigado, dias após a deflagração da operação policial, passou a realizar encontros frequentes, em sua residência em Curitiba, com funcionários de suas empresas. Uma das empregadas é a gerente financeira de seu grupo, ao passo que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes.”
Operação Bad Bots encontrou elementos que ligam o Sheik a criação de falsos sistemas de trade
Em março de 2022, a Operação Bad Bots suspendeu a venda de falsos robôs de operações de criptomoedas comercializado por um casal, em Curitiba.
Na ocasião, eles foram flagrados cometendo crimes de pirâmide financeira e, nos últimos dias, foram condenados a 9 anos de prisão.
Nas investigações realizadas pela PF, tudo indica que o software que era utilizado pelo casal condenado foi criado pelas empresas do Sheik dos bitcoins, ou seja, as pirâmides financeiras com sede em Curitiba estavam integradas.
Em nota, a PF justificou a prisão do Sheik dos Bitcoins pela alta periculosidade de manter ele em liberdade.
“Por conta disso, considerando a atualidade e periculosidade das ações do investigado, o qual, mesmo solto, continuou a criar e gerir plataformas virtuais usadas para promoção de esquemas de pirâmides financeiras, a prisão preventiva foi decretada pela Justiça Federal também para garantia da ordem pública e econômica, buscando-se, assim, o fim da atividade delitiva.”
As operações podem continuar em breve, visto que o crime praticado pelo Grupo InterAg segue sob apuração.