Um síndico de um prédio de luxo em Londrina, interior do Estado do Paraná, investiu cerca de R$ 1 milhão em uma pirâmide de Bitcoin. O dinheiro investido pertencia ao fundo de reserva do condomínio, o que chamou atenção da polícia civil.
Este caso, que foi narrado na última sexta-feira (11) pelo Balanço Geral de Londrina, foi descoberto no último mês de abril após uma troca no comando na administração do condomínio.
A nova responsável descobriu o rombo na contabilidade e acionou a polícia civil. Intimado, o antigo síndico, que era considerado perfeito pelos moradores, acabou confessando seu atrapalhado investimento.
Síndico investe R$ 1 milhão em suposta pirâmide com Bitcoin
Antes de aportar a grana do condomínio, o síndico teria feito um teste com o seu dinheiro pessoal. Como ele recebeu bons juros com a operação, segundo o delegado da Polícia Civil que acompanha o caso, ele então resolveu arriscar o dinheiro do edifício que administrava.
Como ele foi síndico entre 2016 e abril de 2021, ninguém desconfiou do golpe na contabilidade. Contudo, após a troca na gestão, a nova administradora percebeu que houve fraude na documentação do patrimônio do condomínio.
O prédio de luxo fica no bairro Gleba Palhano, região sul de Londrina. Questionado sobre a localização do gestor de Bitcoins contratado, o ex-síndico não soube dizer nem o nome e nem o endereço da pirâmide que ele investiu.
O caso chamou atenção do delegado que investiga o caso, visto que um golpe, dentro do golpe, pode ter causado um prejuízo para a reserva do prédio. Para ser convencido a investir no Bitcoin, a suposta pirâmide teria oferecido um rendimento de 260% ao ano, valor surreal no mercado de investimentos.
Por fim, outro detalhe que chama atenção da investigação é que o investimento atrapalhado foi feito sem que ninguém soubesse.
Investigação foi divida em duas etapas
O caso chamou atenção visto que nos últimos anos mais empresas investem em Bitcoin. Entretanto, para realizar esses investimentos, as companhias buscam corretoras sérias e especializadas no mercado, não um gestor desconhecido e com promessas descabidas de retornos.
Os saques, que foram feitos entre 2016 e 2017, foram entregues ao suposto gestor de investimentos. Mas como o dinheiro sumiu, o síndico terá que explicar mais detalhes da operação agora, podendo pegar prisão de 1 a 4 anos, com aumento de até um terço do tempo determinado pela justiça, afirmou o delegado responsável pelo caso.
Assim, a investigação do caso acabou sendo divida em duas etapas, sendo a primeira a investigação dos extratos bancários e outra para investigar a apropriação indébita do dinheiro.
Em nota ao Balanço Geral de Londrina, o condomínio afirmou que não iria se pronunciar, com o processo correndo em segredo de justiça.