Em seu mais recente relatório, a KPMG aponta que os investimentos no setor criptomoedas e blockchain diminuíram em 2022 quando comparados ao ano passado. Apesar disso, nota que tais números ainda são maiores que todos os outros anos anteriores.
Uma das principais mudanças observadas pela empresa está relacionada aos investidores de Bitcoin e outras criptomoedas. Segundo a gigante de setor de contabilidade, o mercado foi dominado por investidores de varejo até 2018. Desde então, investidores institucionais e corporativos se tornaram parte crucial deste mercado.
Com isso, criptomoedas que antes não possuíam correlação com ativos tradicionais passaram por uma grande mudança nos últimos anos. No momento, alguns investidores inclusive consideram o Bitcoin como um termômetro emocional para o mercado de ações.
“A atual tendência macroeconômica provavelmente será um teste importante para as criptos, e especialmente para o Bitcoin, em termos de correlação com outros ativos.”
Apesar de tudo, o setor de criptomoedas está amadurecendo
Recordando acontecimentos como o colapso da Terra (LUNA), o aumento da inflação e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a KPMG aponta que investimentos no setor de criptomoedas e blockchain estão bem. Mesmo em declínio em relação a 2021, tais números são maiores que os anos anteriores.
“Isso destaca a crescente maturidade do espaço e a amplitude de tecnologias e soluções que atraem investimentos.”
Seguindo, a Big Four comenta sobre a adoção do Bitcoin por El Salvador e pela República Centro-Africana, notando que mais nações podem seguir este modelo ainda neste ano. Entretanto, também cita o banimento da China e a chegada de regulações mais rígidas na Europa através do MiCA.
O que esperar para o resto do ano?
Finalizando, a KPMG faz algumas considerações sobre o que investidores devem esperar para o segundo semestre de 2022. Para começar, aponta que empresas do setor serão testadas ao extremo. Sendo assim, as mais bem preparadas conseguirão sobreviver a este inverno, enquanto outras irão à falência.
“Claro, algumas criptomoedas vão desaparecer — particularmente aquelas que não têm propostas de valor claras e fortes”, escreve Alexandre Stachtchenko da KPMG. “Isso pode ser bastante saudável do ponto de vista do ecossistema, porque limpará parte da bagunça criada na euforia de um mercado em alta. As melhores empresas serão as que sobreviverem.”
Por fim, também cita o crescimento do interesse das stablecoins por corporações. Como motivo, cita as vantagens que estas podem oferecer, como redução de custos, liquidez e facilidade de uso. Além disso, estima que soluções de segurança, como rastreamento de transações, terão maior procura.
Sendo assim, a mensagem passada pela KPMG é simples. A crise das criptomoedas quebrará muitas empresas, mas o setor agradecerá por isso no futuro, quando restarem apenas projetos bons e preparados na indústria.