No último sábado (27), o The Wall Street Journal publicava uma matéria sobre a Tether, emissora da maior stablecoin do mercado, a USDT. Em sua defesa, a Tether publicou uma resposta em seu blog oficial nesta terça-feira (30), dando continuidade a esta briga de gigantes.
Por um lado, o WSJ alega que a última auditoria da Tether, realizada por uma das 5 maiores empresas de contabilidade do mundo, é, na verdade, apenas um atestado. Sendo assim, a mesma ainda não conseguiu entregar transparência, mesmo prometendo isso desde 2017.
Já a Tether afirma que algumas colocações do maior jornal dos EUA são falsas. Sendo assim, manteve seu discurso de que é “a mais honesta e transparente do mercado” mesmo após investidores sacarem bilhões nos últimos meses.
Jornal americano ataca maior stablecoin do mercado
Com um valor de mercado de US$ 47 bilhões (R$ 240 bi), hoje a Tether ocupa a terceira colocação do mercado de criptomoedas, atrás apenas do Bitcoin e do Ethereum. Com isso, diversos gigantes da indústria jornalística já criticaram a sua falta de transparência, como a Bloomberg e agora o The Wall Street Journal.
Em matéria publicada no último sábado (27), o WSJ aponta que Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da Tether, está prometendo uma auditoria pública desde 2017, há 5 anos.
Seguindo, aponta que sua última auditoria foi apenas um “atestado”. Ou seja, a empresa de contabilidade apenas verificou que o saldo existia de fato, mas não verificou o histórico destas transações. Em outras palavras, é possível que o montante pertença a terceiros, devolvidos logo após a “foto ser tirada”.
Indo além, comenta que um atestado realizado em 2017 foi “distorcido” pela Bitfinex, corretora fundada e administradas pelas mesmas pessoas da Tether.
“Um atestado de 2017 da Tether foi distorcido por sua empresa irmã, a Bitfinex, transferindo US$ 382 milhões (R$ 1,95 bi) para sua conta bancária, horas antes dos contadores verificarem os números.”
Finalizando, também aponta que a USDT possui lastro em ativos que possuem variação de valor. Sendo assim, uma pequena flutuação de preços deixaria a Tether insolvente, ao menos tecnicamente.
Tether responde às acusações do The Wall Street Journal
Jogando na defensiva nos últimos anos, a Tether se encontra em uma situação delicada. Enquanto a mesma precisou honrar bilhões em saques nos últimos meses devido à desconfiança de investidores, suas concorrentes cresceram no mesmo período.
Em resposta ao WSJ, a Tether afirma que as declarações do jornal americano são falsas. Como exemplo, cita que os títulos do tesouro, nos quais investe, são considerados como os ativos mais seguros do mundo. Em seguida, também comenta que o jornal deve “estar confundindo a Tether com outro concorrente”.
Além disso, comenta que a perda de paridade ao dólar — fato que aconteceu em maio — é apenas uma pressão do mercado e que isso não tem relação alguma com os ativos que dão lastro ao USDT.
“Os supostos fundos de hedge que tentam criar pressão “na casa dos bilhões” para “prejudicar” a liquidez do Tether representam um mal-entendido fundamental tanto do mercado de criptomoedas quanto da Tether.”
Por fim, o lastro da maior stablecoin do mercado segue uma incógnita. Enquanto alguns acreditam em suas auditorias, outros tantos seguem céticos de que a mesma opere com reservas fracionadas. Portanto, sem uma transparência completa, tudo indica que só o tempo provará o que realmente está por trás da USDT.