Muitos olham para o preço do Bitcoin no mercado e desconfiam que seu valor não esteja correto, mas o JPMorgan afirmou recentemente que está tudo certo. Esse posicionamento ponderado chamou atenção da comunidade Bitcoin, que não esperava ver um discurso positivo partir do banco.
Em tempos passados, o JPMorgan foi apontado como um banco inimigo das criptomoedas. Seu CEO, Jamie Dimon, teceu críticas públicas a moeda digital, falando até que o Bitcoin era uma fraude e que não deveria ter valor. Nos últimos dias foi a vez do Goldman Sachs criticar o Bitcoin e o ouro publicamente.
Apesar da forte posição antagonista no passado, entretanto, o JPMorgan tem mostrado uma forte aproximação com o mercado de criptomoedas. Sua blockchain privada, a Quorum, foi talvez o caso mais marcante da aproximação do banco ao ideal iniciado por Satoshi Nakamoto.
Isso, certamente, se passou até maio de 2020, quando os “ventos começaram a mudar“.
Banco JPMorgan libera pesquisa interessante sobre valor do Bitcoin, reflete o preço do mercado?
O preço do Bitcoin novamente busca aproximar de U$ 10 mil, valendo mais que R$ 51 mil no Brasil nesta sexta (29). Os entusiastas da moeda sabem que o preço do Bitcoin deriva do interesse do mercado, regido pela lei da oferta e demanda.
Com várias corretoras espalhadas pelo mundo, o Bitcoin tem seu preço definido principalmente pelas ordens de compra e venda em plataformas. O chamado mercado de Bitcoin é maduro em 2020, com ferramentas monitorando em tempo real as atividades dessas corretoras.
Em uma análise recente feita por Nikolaos Panigirtzoglou, o analista de pesquisa do JPMorgan deixou claro que o banco entende o funcionamento do ecossistema. O estudo apareceu em um relatório privado do banco, apresentando conceitos como mineração, preço e valor intrínseco do Bitcoin.
Em janeiro último, o analista Nikolaos havia dito que o valor do Bitcoin estava errado em relação ao preço de mercado. Isso porque, o JPMorgan calcula o Bitcoin como um produto, estimando custos de produção, gastos com energia, entre outros.
O que estava errado antes, foi corrigido após o halving do Bitcoin
Desde o último relatório, quando o banco afirmou que o valor estava errado em relação ao preço do mercado, o Bitcoin valorizou 32%. O novo estudo, feito nos últimos dias, aponta que o preço está certo devido ao halving.
Compartilhado pelo usuário do Twitter PiQ, o estudo do JPMorgan analisou que o valor do Bitcoin está de acordo com seu preço de mercado. A metodologia utilizou o custo de produção sob a visão de Hayes, pegando dados do Bitinfocharts.
O estudo indicou que o halving dobrou o valor intrínseco do Bitcoin, no último dia 11 de maio. Ou seja, com menos produção de moedas no mercado, fato que afeta diretamente a inflação da moeda digital, o JPMorgan aponta que o valor de cada Bitcoin está onde deveria estar.
O estudo não foi compartilhado publicamente pelo JPMorgan, com apenas PiQ reproduzindo parte do conteúdo. Mesmo assim, poderia indicar que o JPMorgan está apresentando aos seus clientes uma visão menos pessimista sobre o Bitcoin, após anos de desconfiança.
Recentemente, o JPMorgan passou a atender as corretoras Coinbase e Gemini. Há quem acredite que essa aproximação tenha interesses extras, como eventuais IPOs das corretoras, mas por hora, tudo seria um rumor da comunidade de criptomoedas.