Vanguard proíbe compra de Bitcoin e clientes ameaçam fechar contas

O movimento de descontentamento não se limita à Vanguard. Clientes de outras instituições financeiras, como Citi, Merill Lynch, Edward Jones e UBS, também relataram dificuldades em acessar ETFs de Bitcoin à vista.

Os primeiros ETFs de Bitcoin foram aprovados nos Estados Unidos, um marco que gerou grande expectativa no mercado. No entanto, essa onda de entusiasmo encontrou um obstáculo inesperado. A Vanguard, segunda maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 7,2 trilhões sob gestão, decidiu não aderir ao Bitcoin.

A gigante do setor financeiro confirmou que não permitirá que seus clientes negociem ETFs de Bitcoin em sua plataforma, citando que tais produtos “não se enquadram na filosofia de investimento da Vanguard”.

A decisão surge apesar da aprovação da Comissão de valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para 11 emissores de ETFs de Bitcoin.

No primeiro dia de negociação, os ETFs atraíram um volume recorde de US$ 4,6 bilhões, com o ETF da Grayscale liderando a corrida, com mais de US$ 2,3 bilhões em volume.

Apesar disso, a Vanguard permanece firme em sua posição, argumentando que o Bitcoin não se alinha com sua oferta focada em classes de ativos tradicionais, como ações e títulos.

Clientes ameaçam fechar contas nas Vanguard

A decisão da Vanguard de bloquear os ETFs de Bitcoin provocou uma reação imediata entre seus clientes. Yuga Cohler, gerente sênior de engenharia da Coinbase, expressou sua insatisfação com a abordagem da empresa, anunciando a transferência de seu plano de previdência para a Fidelity, que oferece ETFs de Bitcoin à vista.

Neil Jacobs, comentarista de Bitcoin, também está em processo de transferência de fundos da Vanguard, criticando a decisão como “terrível do ponto de vista de negócios”.

Outros clientes da empresa anunciaram no Twitter que também estão fechando suas contas na empresa, conforme pode ser visto nas capturas de tela abaixo.

Banco Citi e UBS também dificultam compra de ETF de Bitcoin

O movimento de descontentamento não se limita à Vanguard. Clientes de outras instituições financeiras, como Citi, Merill Lynch, Edward Jones e UBS, também relataram dificuldades em acessar ETFs de Bitcoin à vista.

A UBS está considerando ofertas não solicitadas de ETFs de Bitcoin à vista, mas sob critérios rigorosos, adequados apenas para “investidores agressivos”. Da mesma forma, o Citi confirmou que um ETF de Bitcoin à vista já está disponível para sua base de clientes institucionais, e está avaliando os produtos para seus clientes individuais.

A Merrill Lynch adota uma abordagem de “esperar para ver”, observando o desempenho dos ETFs de Bitcoin à vista antes de decidir sobre sua oferta aos clientes. Enquanto isso, o JPMorgan acessibilizou a negociação dos ETFs de Bitcoin em sua plataforma de corretagem, mas exibe alertas de isenção de risco para potenciais investidores.

A divisão no mercado financeiro reflete a contínua evolução e aceitação das criptomoedas. Por um lado, a resistência de grandes instituições como a Vanguard pode ser vista como um indicativo de cautela e conservadorismo no setor.

Por outro, a adoção dos ETFs de Bitcoin por outras corretoras importantes demonstra um crescente reconhecimento da relevância das criptomoedas no mercado financeiro global.

A reação dos clientes à decisão da Vanguard sinaliza uma possível mudança de paradigma, onde os investidores estão buscando mais autonomia e opções diversificadas em suas estratégias de investimento.

Essa tendência pode levar a uma reavaliação por parte das instituições financeiras tradicionais sobre suas ofertas de produtos e estratégias de mercado, especialmente no âmbito de ativos digitais e inovações tecnológicas.

O caso da Vanguard destaca uma questão fundamental da empresa: a necessidade de equilibrar a inovação com a prudência. Enquanto algumas instituições adotam uma postura progressista em relação às criptomoedas, outras preferem manter uma abordagem mais tradicional, focada em ativos convencionais.

A longo prazo, as instituições que resistem à incorporação de produtos relacionados a criptomoedas podem enfrentar desafios em termos de retenção de clientes e competitividade no mercado.

À medida que mais investidores expressam interesse em diversificar suas carteiras com ativos digitais, a demanda por serviços financeiros que ofereçam tais produtos tende a aumentar.

Por outro lado, a adoção apressada de novas tecnologias e produtos financeiros sem uma avaliação apropriada dos riscos pode expor as instituições e seus clientes a potenciais perdas e vulnerabilidades.

Além disso, a decisão da Vanguard e a reação subsequente dos clientes levantam questões importantes sobre a autonomia do investidor e a democratização do acesso a novas formas de investimento.

A crescente demanda por ETFs de Bitcoin e outras criptomoedas sugere uma mudança no comportamento do investidor, com uma preferência crescente por maior controle e diversificação em suas escolhas de investimento.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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