Visa está abandonando bancos e aproveitando a agilidade das criptomoedas

Explicando o funcionamento da solução, o anúncio da Visa aponta que comerciantes podem desfrutar de pagamentos instantâneos com seus cartões, mas que eles não enxergam todo trabalho por trás disso, ou seja, as transações que passam por diferentes bancos.

A Visa, gigante dos cartões, anunciou nesta terça-feira (5) que usará a blockchain Solana para realizar liquidações internacionais. Antes disso, a empresa estava usando o Ethereum em seus testes.

O motivo da escolha pode ser atribuído a capacidade da Solana. Enquanto o Ethereum suporta cerca de 19 transações por segundo, o número sobe para 2.000 na Solana, que também oferece taxas mais baixas.

Com o anúncio, a Solana (SOL) valorizou 5,6% nesta manhã e, no momento desta redação, está sendo negociada por US$ 20,50. Já as ações da Visa, negociadas na NYSE, operam em leve queda de 0,64%.

Visa usará Solana para transações, citando agilidade e menos custos

Além da Solana, outro projeto mencionado pela Visa foi a USD Coin (USDC), uma criptomoeda que reflete o valor do dólar americano mediante reservas equiparáveis. Segundo Cuy Sheffield, Head de Criptomoedas da Visa, “aproveitar essas novas tecnologias ajudará a melhorar a forma como movimentamos dinheiro”.

Explicando o funcionamento da solução, o anúncio da Visa aponta que comerciantes podem desfrutar de pagamentos instantâneos com seus cartões, mas que eles não enxergam todo trabalho por trás disso, ou seja, as transações que passam por diferentes bancos.

“É aqui que os sistemas de tesouraria e liquidação da Visa permitem a compensação, liquidação e movimentação de milhares de milhões em transações por dia”, aponta a Visa. “Este processo acontece perfeitamente entre quase 15 mil instituições financeiras e em mais de 25 moedas em todo o mundo.”

“Ao usar stablecoins como USDC e redes globais de blockchain como Solana e Ethereum, estamos ajudando a melhorar a velocidade da liquidação transfronteiriça, fornecendo uma opção moderna para nossos clientes enviarem ou receberem facilmente fundos do tesouro da Visa”, comentou Cuy Sheffield, Head de Criptomoedas da Visa.

Um caso de sucesso mencionado pela Visa foram os testes realizados pela Crypto.com. Em suma, a corretora precisava realizar transações internacionais, e as stablecoins permitiram que isso fosse feito de maneira muito mais rápida e barata.

“Antes desse piloto, a liquidação de compras transfronteiriças feitas com cartões Visa da Crypto.com exigia um processo de conversão de moeda que demorava dias e transferências bancárias internacionais caras.”

Por fim, a gigante dos cartões aponta que estará estendendo seu programa para outros parceiros, como Worldpay e Nuvei. Um dos motivos citados é a crescente popularização das stablecoins entre comerciantes, “que podem preferir receber stablecoins em vez de moedas fiduciárias tradicionais pelos pagamentos com cartão que aceitam”.

A escolha da Solana pela Visa

Outro ponto que chama atenção no anúncio é a escolha da blockchain Solana. Sua rede já passou por tantos problemas técnicos que muitos duvidam de sua capacidade. Além disso, também foi a criptomoeda mais afetada pela queda da corretora FTX.

Em seu topo, a SOL chegou a valer US$ 260, mas, após uma queda de 92%, está cotada a apenas US$ 20,50. Portanto, agora a Visa pode ajudar a acabar com a sua má fama.

Preço da Solana (SOL), gráfico mensal. TradingView.
Preço da Solana (SOL), gráfico mensal. TradingView.

Em declaração, a Visa citou que procurava blockchains “de alto desempenho que possam enviar e receber stablecoins com maior velocidade e custos mais baixos”. Outro motivo citado foi o número de transações por segundo suportadas pela Solana.

“A Solana tem blocos de 400 milissegundos, uma média de 400 transações por segundo (TPS) e normalmente atinge mais de 2 mil TPS durante períodos de pico de demanda.”

Já o Ethereum, outra criptomoeda testada pela Visa, também apresenta seus próprios desafios. Afinal, suas altas taxas são tão ou mais altas que as taxas bancárias.

Por fim, a entrada da Visa no setor é um ótimo exemplo de como a indústria financeira tradicional pode se beneficiar das criptomoedas, não as tratando como concorrentes, mas sim como uma ferramenta útil.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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