Participando do Korea Blockchain Week, evento que está reunindo diversos titãs da indústria de criptomoedas, Vitalik Buterin se mostrou preocupado com a centralização de sua criptomoeda, o Ethereum.
A boa notícia é que o fundador do Ethereum tem um plano: deixar os nodes mais leves, a pontos deles serem rodados em smartphones. Atualmente, grande parte dos nodes de Ethereum rodam em servidores especializados, como da Amazon Web Services (AWS) e similares.
A má notícia é que esse desenvolvimento levará entre uma a duas décadas. Lançado em 2015, o Ethereum tem apenas 8 anos de história, mas vem perdendo espaço para projetos mais novos, como Solana, que foi recentemente escolhida pela Visa para realizar transações de stablecoins.
Vitalik Buterin está preocupado com centralização do Ethereum
Segundo dados de 2022, 50% dos nodes de Ethereum estavam na AWS, 15% na Hetzner (empresa que baniu tais serviços) e outros 4% na OVH. Ou seja, embora descentralizado, hoje Ethereum está altamente centralizado em grandes serviços de nuvem.
Um dos motivos é a complexidade de seu sistema, que além de exigir um grande espaço de armazenamento, também requer um hardware mais potente do que os usados no Bitcoin, por exemplo.
Preocupado com esses dados, Vitalik Buterin prometeu resolver esse problema a ponto dos nodes de Ethereum rodarem em smartphones. Suas falas foram capturadas pelo CoinTelegraph durante a Korea Blockchain Week, em andamento nesta terça (5) e quarta-feira (6).
“No longo prazo, há um plano para manter nodes de Ethereum totalmente verificados que você possa literalmente fazer isso em seu smartphone.”
As atualizações em questão já estão nos planos da equipe. A próxima, chamada The Surge, promete resolver os problemas de escalabilidade da criptomoeda. Na sequência estão as atualizaço~es The Scourge, The Verge, The Purge (onde o problema dos nodes será solucionado) e The Splurge, como mostrado na imagem abaixo.
O grande problema é que a atualização The Purge pode levar até 20 anos para ser feita, como dito pelo próprio fundador do Ethereum.
“Esses problemas técnicos terão que ser resolvidos eventualmente — talvez em um prazo de 10 anos, talvez em um prazo de 20 anos.”
Um dos motivos de preocupação é que essa centralização afeta a segurança do Ethereum. Afinal, hoje as criptomoedas são consideradas seguras justamente por não terem um ponto central de falha, o que parece estar acontecendo com a moeda de Buterin, que pode perder metade de seus nodes caso a AWS, ou algum regulador, proíba tais serviços.
Por fim, apesar de todos os seus problemas, o Ethereum continua sendo a segunda maior criptomoeda do mercado, atrás apenas do Bitcoin. No entanto, seus diversos concorrentes também apresentam seus próprios desafios enquanto tentam equilibrar segurança, escalabilidade e descentralização.