A maior rede social da China censurou as contas de algumas das maiores corretoras de criptomoedas do mundo. O Weibo é visto como uma mistura de Twitter e Facebook.
De acordo com o jornalista Colin Wu, as contas das corretoras Binance, Huobi e OKEx foram suspensas da rede social. Nas contas das empresas agora é exibida uma mensagem dizendo que elas foram excluídas devido à “violação das leis e regulamentos da rede social”, mas nenhuma informação específica foi fornecida.
A rede social pode bloquear contas por iniciativa própria e por decisão do governo chinês. O fato de ela ter banido apenas contas de empresas que trabalham com criptomoedas, sugere que pode ser o início de uma censura contra criptomoedas no país.
Breaking: Weibo, China's largest Twitter-like social platform, suddenly banned the official accounts of three major exchanges Binance, Huobi, and OKEx. Chinese social media often bans accounts that promote cryptocurrency. Twitter has just banned some cryptocurrency celebrity too. pic.twitter.com/OQbVUdR8J6
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) March 11, 2021
Cidadãos agindo contra a desvalorização da moeda chinesa (Renminbi) ao adotar o Bitcoin e USDT podem ter levado o governo chinês a buscar soluções alternativas.
Na China, as pessoas podem receber uma quantidade muito limitada de moeda estrangeira no âmbito do controle de capitais. Por esse motivo, o país, que proibiu as criptomoedas em 2017, agora pode querer impedir que grandes investidores negociem nessas corretoras.
O Weibo não divulgou a natureza precisa das suspenções, que ocorrem em um momento intrigante em que a empresa de tecnologia Meitu anunciou ter comprado 380 bitcoins e 15.000 Ethers.
Censura?
Apesar de a gigante rede social não ter revelado os motivos que levaram a suspenção das contas, a comunidade de criptomoedas sempre ativa especulou com alguns motivos possíveis.
Um deles chama a atenção, embora possa parecer um tanto distante à primeira vista – a moeda digital do banco central chinês.
O Banco Popular da China é indiscutivelmente o mais avançado em termos de lançamento de uma moeda digital nacional. A nação mais populosa do mundo lançou aplicativos, realizou vários testes e milhares de transações.
Tendo em mente a proibição oficial do Bitcoin na China e seu desejo de manter o controle sobre o sistema financeiro, pode ser inteiramente possível que o país exija que as empresas locais proíbam atividades relacionadas à criptomoedas, atividades que, por natureza, são projetadas para trazer de volta o controle para o pessoas.