A Worldcoin é um projeto que pretende distribuir criptomoedas de forma justa. Para evitar falsificações de identidade, o plano da empresa é escanear a retina ocular das pessoas e então salvar os dados em blockchain.
Os testes começaram em maio deste ano e segundo o site da Worldcoin mais de 130.000 pessoas já tiveram seus olhos escaneados para receber a criptomoeda. A média é de 700 novas pessoas por semana, tendo um pico máximo de 1.400 por esfera.
Segundo a empresa, ela adota políticas rígidas de privacidade, onde a foto da retina é apagada após ser transformada em um código, que serve para verificar a tentativa de cadastro duplo.
A Worldcoin não é a Worldcoin
Antes de prosseguirmos, é importante lembrar que a Worldcoin, encontrada em sites como CoinMarketCap e CoinGecko, não é o token do projeto que pretende escanear os olhos das pessoas. Então não a compre pensando que seja.
Esta Worldcoin, que já é negociada, é uma cópia do Bitcoin que surgiu em 2013. Já o token da Worldcoin referido neste artigo ainda não é negociado em nenhuma exchange, atualmente ela é uma solução de segunda camada do Ethereum.
Como o escaneamento funciona
O escaneamento é feito através de uma esfera que contém uma câmera de alta resolução, como mostrado na imagem abaixo, e já é encontrada em quatro continentes, incluindo a América do Sul, todavia esta esfera se encontra no Chile.
Além do Chile, outras esferas estão localizadas no Quênia, Indonésia, Sudão, França, India e outros. Caso você deseje ser um operador de esfera, você pode cadastrar-se no site da Worldcoin.
Segundo os desenvolvedores do projeto, as informações da íris são convertidas em um código chamado de IrisHash e a imagem original da íris não é armazenada em nenhum lugar. Mesmo assim é possível verificar se um olho já foi utilizado anteriormente usando os dados salvos.
A proposta da Worldcoin
A proposta da empresa é estimular a adoção das criptomoedas e melhorar a distribuição delas através de um sistema que contém poucos pontos de falha em relação a fraudes de identidade.
O plano da Worldcoin é conseguir trazer bilhões de pessoas para o mundo das criptomoedas. Sua estimativa de falha de rejeição, por falsos positivos, é de 0,05% por cada bilhão.
Segundo a CoinDesk, a empresa arrecadou 25 milhões de dólares de vários gigantes da indústria, como Coinbase, Andreessen Horowitz da a16z, Digital Currency Group (dona da própria CoinDesk) e até mesmo de Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn. Hoje a empresa está avaliada em 1 bilhão de dólares.
Embora a ideia pareça invasora em termos de privacidade para algumas pessoas, o seu rápido crescimento mostra que grande parte da população parece não ter medo que seus dados sejam usados de alguma maneira.