Com a digitalização da economia, com empresas levando seus negócios para o virtual, é comum ver reuniões online. Uma das principais ferramentas em uso, o Zoom, afirmou que sua versão grátis não poderá mais contar com recursos de privacidade nas chamadas.
A privacidade na rede é um tema sensível e importante, e a temática criptografia tem chegado ao público em geral. Isso porque, com a popularização das criptomoedas, Leis Gerais de Proteção de Dados, entre outros, as pessoas se conscientizam da necessidade de usar a criptografia para se proteger na internet.
O software Zoom tem sido um dos destaques de 2020, com ações na bolsa registrando grande valorização. Além disso, o número de usuários do serviço teve um crescimento exponencial durante a pandemia do novo coronavírus.
Teletrabalho, ferramenta Zoom na versão grátis perderá recurso essencial de privacidade
O significado de privacidade é claro, porque significa que uma informação pessoal tem o direito de ser compartilhada apenas com quem é necessário. Contudo, vivemos em uma era em que a privacidade é um tema sensível, e que passa por um grande dilema em meio ao crescimento da internet.
Para o autor do bestseller “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”, Yuval Noah Harari, o mundo pós-coronavírus será de vigilância excessiva. Isso porque, os governos constroem ferramentas de vigilância em massa cada vez mais, e usam empresas que coletam dados em seu benefício.
Em meio ao dilema com relação à privacidade, a Zoom é uma empresa que tem “escutado” bastante conversa nos últimos meses. Com reuniões feitas pelo aplicativo da empresa, empresas e pessoas podem não estar cientes dos termos da companhia, que envolvem problemas com privacidade.
Mesmo com os problemas públicos e de conhecimento geral, o CEO Eric Yuan fez uma polêmica entrevista nesta última terça (2). Nela, o CEO da Zoom falou que os usuários da empresa que utilizam o aplicativo na versão grátis não terão mais o recurso de privacidade.
O anúncio, de acordo com a Bloomberg, afirmou que a Zoom tem trabalhado próxima ao FBI. Ou seja, os dados de usuários gratuitos podem estar sendo compartilhados com a agência de segurança dos EUA. Eric afirmou que essa medida é para “proteger usuários de mau uso do serviço”, mas o tema é polêmico.
Ações em alta e base de usuários em crescimento, mesmo sem privacidade
Correndo o risco de ter conversas ouvidas pelo FBI, os usuários grátis do Zoom deverão considerar alternativas. Mesmo assim, a base de clientes que pagam pelo Zoom, e aí contam com o recurso de privacidade, cresceu consideravelmente.
As ações da Zoom (ZM:US) triplicaram de valor na Nasdaq, com crescimento de 200% apenas em 2020. As ações da Zoom tiveram enorme crescimento em meio a pandemia do COVID-19, saindo de U$ 67 para o atual recorde de U$ 208 cada.
Em outro ponto, a base de usuários teve um gigante crescimento, com escolas e empresas se reunindo no aplicativo, sendo muitos clientes pagantes. Os planos mais básicos da Zoom hoje, são de U$ 15 (R$ 77), que dariam suporte para reuniões de até 100 pessoas.
Com relação às práticas de segurança, a Zoom afirma que está combatendo os trolls que andaram entrando em reuniões. Há relatos, segundo a Bloomberg, que usuários compartilhavam pornografia em reuniões de empresas, e até religiosas, além de gritar palavrões.
A farra dos trolls está sendo controlada, de acordo com o CEO da Zoom e a empresa espera lucrar bastante em 2020. A pergunta que os usuários do Zoom grátis deverão fazer é “Quanto vale a sua privacidade?“, mesmo com o gigante crescimento da empresa no ano.