Além de estarem com dificuldades em participar do sistema bancário americano, empresas de criptomoedas estariam com o mesmo problema no Reino Unido, tendo suas aplicações negadas.
As informações são da Bloomberg, que destaca o caso da britânica SavingBlocks. Segundo o relato, a startup já tentou abrir uma conta em nove bancos, mas foi rejeitada por sete deles.
Dois bancos a aceitaram, mas isso não quer dizer que a relação é boa. Afinal, recentemente ambos começaram a pedir documentos adicionais à empresa, incluindo detalhes sobre como ela rastreia as transações de seus clientes.
“Não há muitas opções disponíveis, a maioria dos bancos tradicionais não oferece serviços bancários para empresas de criptomoedas”, disse Edouard Daunizeau, CEO da SavingBlocks, à Bloomberg. “Com a recente sequência de eventos, será ainda mais difícil. Estamos buscando licenças na França, onde achamos que será mais fácil.”
Como já notado, essa pressão não acontece apenas no Reino Unido. O maior exemplo acontece nos EUA, onde o fechamento do banco Signature continua sendo citado como um ataque à indústria cripto, já que ele não apresentava tantos problemas quanto o Silvergate e o Silicon Valley Bank.
Vendido ao Flagstar Bank, US$ 4 bilhões ligados ao setor cripto foram deixados de fora da aquisição.
Por fim, enquanto a SavingBlocks está tentando migrar do Reino Unido para a França, o emissor da stablecoin True USD (TUSD) já está usando bancos das Bahamas para evitar os americanos. Já nesta semana, a corretora Bittrex abandonou os EUA após nove anos enquanto reclamava do ambiente regulatório.
Setor de criptomoedas está em busca de um lar
Diversos países já demonstraram interesse em ser “o centro das criptomoedas”. Até mesmo o Reino Unido, através de seu primeiro-ministro Rishi Sunak, e os EUA, conhecidos como “a terra da liberdade” fazem parte desse grupo.
Ironicamente, a realidade é outra. Ambos países estão mostrando políticas que sufocam à indústria, algumas delas tidas até mesmo como ilegais, já que estão sendo realizadas nos bastidores.
Embora outros países estejam mais abertos as criptomoedas, como o caso óbvio de El Salvador, é difícil que empresas queiram abandonar seus abastados clientes americanos e europeus. Ou seja, essa migração resolveria um problema, mas criaria outro.
Por fim, embora banir as criptomoedas seja algo impossível, governos parecem ter encontrado o tendão de Aquiles nas empresas que dão acesso a esse novo sistema financeiro. No entanto, essa repressão não deve passar despercebida, causando ainda mais discussões.