Após perder 11% de seu valor na semana passada, o Bitcoin iniciou uma recuperação e está operando em alta de 9,5% nesta quarta-feira (26) após encontrar suporte na média móvel de 50 dias.
Negociado a US$ 29.900 no momento desta redação, outros fatores que podem estar contribuindo para a subida do Bitcoin são o medo de uma recessão nos EUA e a crise bancária que ainda perdura.
A fuga de capital de criptomoedas menores também é apontado como outro catalisador para esta alta do Bitcoin.
Ações do banco First Republic continuam em queda
A primeira correlação com a alta do Bitcoin está relacionada a mais uma queda nas ações do banco americano First Republic. Nesta terça-feira (25), os papéis caíram 40%.
“First Republic $FRC. Perdeu mais 40% hoje e agora está -93% no acumulado do ano.”
First Republic $FRC 😵💫
Down *another* 40% today and now -93% YTD. pic.twitter.com/SxJPjTz7m2
— TradingView (@tradingview) April 25, 2023
Por outro lado, o Bitcoin encontrou suporte na média móvel de 50 dias tanto na terça quanto na quarta-feira, servindo como um trampolim para impulsionar o ativo.
Voltando ao First Republic, alguns analistas acreditam que sua crise fará o governo americano injetar mais dinheiro para continuar oferecendo resgate ao setor. Ou seja, a alta do Bitcoin pode ser uma antecipação deste possível cenário.
Contração da base monetária do dólar preocupa mercado
Já Nicholas Gerli, fundador e CEO da Reventure, apresentou dados preocupantes sobre a economia americana. Apontando para uma contração na base monetária, Gerli afirma que isso não acontece há 90 anos e, quando aconteceu, está ligada a crises.
“As únicas outras vezes que isso aconteceu tivemos Depressão/Grande Crise Bancária”, comentou. “Todas as situações anteriores tinham taxa de desemprego de 10%. E enormes falências de bancos.”
Na sequência, o executivo usa o exemplo do First Republic para explicar o que isso significa na prática. Enquanto o banco teve uma queda de 36% em depósitos, em relação ao ano passado, o número de empréstimos cresceu 23% no mesmo período. “Isso é insustentável”, concluiu.
“O que é tão problemático nessa contração da oferta monetária é que a inflação ainda é um problema”, continuou Nick Gerli. “Então as empresas terão menos acesso a capital no momento em que mais precisam para pagar as despesas e a expansão da folha de pagamento.”
“O que acontece com todas as Corporações/Negócios alavancados quando a oferta de dinheiro se contrai? Grandes demissões. E grandes desligamentos.”
Como conclusão, Gerli afirma que o Fed possar baixar a taxa de juros antes do esperado, salvando a economia. Em qualquer cenário, de inflação ou recessão, o Bitcoin poderia se beneficiar.
Na hora do pânico, todos correm para o Bitcoin
Por fim, a empresa de análise Santiment trouxe outra visão para a recente alta do Bitcoin. Em suma, investidores de criptomoedas correram para um ativo mais confiável após a queda do mercado na semana passada.
“Com o Bitcoin continuando relativamente estável enquanto as altcoins caem, a porcentagem de discussões girando em torno do BTC permanece bem acima da média”, escreveu a Santiment no Twitter. “Geralmente, o alto domínio social do Bitcoin ocorre durante a euforia do mercado ou (neste caso) o medo.”
“Os preços podem se recuperar rapidamente.”
🫣 With #Bitcoin continuing to stay relatively flat while #altcoins fall, the percentage of discussions revolving around $BTC remain well above average. Generally, high social dominance for Bitcoin happens during market euphoria or (in this case) fear. Prices can rebound quickly pic.twitter.com/6Ewub6en1h
— Santiment (@santimentfeed) April 25, 2023
Por fim, essas razões em conjunto ajudam a explicar a recuperação do Bitcoin. Restando apenas quatro dias para o fim de abril, o BTC precisa ficar acima dos US$ 28.500 para fechar seu quarto mês seguido de lucros em 2023.