Negociado a US$ 30.000, o Bitcoin ainda precisa valorizar 130% para alcançar seu topo histórico de US$ 69.000. No entanto, seu preço na Argentina já está em sua máxima, conforme 1 BTC está sendo negociado por 15 milhões de pesos argentinos.
O motivo, obviamente, é a inflação da moeda da Argentina. Nos últimos doze meses, nosso país vizinho está com uma inflação de 114%, uma média 9,5% ao mês. Tentando controlar a desvalorização do peso, recentemente o Banco Central da Argentina elevou a taxa de juros para 100%, mas não teve sucesso.
O problema é antigo. Segundo dados do World Data, a Argentina possui uma média de inflação anual de 206,2% quando analisados os últimos 42 anos. No período total, a inflação é de 902.382.100.000%.
Bitcoin está sendo uma proteção contra desvalorização da moeda da Argentina
Enquanto alguns argentinos preferem usar o dólar, ou até mesmo stablecoins lastreadas na moeda americana, outros estão buscando proteção no Bitcoin. O resultado é quase o mesmo.
Segundo dados da corretora Ripio, o Bitcoin já atingiu seu topo histórico na Argentina. Nesta quinta-feira (22), o BTC chegou a marca de 15 milhões de pesos argentinos.
Em comparação, o BTC estava sendo negociado por cerca de 5 milhões de pesos em junho do ano passado. Ou seja, uma valorização de três vezes.
Segundo estudo do FMI, também publicado nesta quinta-feira (22), cidadãos de países da América Latina estão usando criptomoedas como uma “proteção contra condições macroeconômicas domésticas incertas”. Além da Argentina, países como Brasil, Colômbia e Equador também foram citados no relatório.
Bitcoin está se tornando um refúgio global contra os fracassos das políticas monetárias estatais
Embora esteja com uma desvalorização de 56% contra o dólar nos últimos dois anos, o Bitcoin tem se apresentado como uma forte alternativa em países que estão lutando contra a hiperinflação.
Além da Argentina, o mesmo acontece na Turquia, abalada por conflitos políticos, e também no Líbano, onde a libra libanesa já perdeu 90% de seu valor contra o dólar nos últimos três anos.
Por fim, embora o Bitcoin também esteja perdendo para o dólar desde novembro de 2021, quando o Fed iniciou uma escalada na taxa de juros, a situação é outra quando analisamos dados mais antigos.
Nos últimos 5 anos, o BTC cresceu 371,6% frente ao dólar americano e muitos analistas acreditam que essa valorização continuará já que os EUA também possuem problemas de inflação.