A CPI das Pirâmides Financeiras esperou em vão a presença de Ronaldinho Gaúcho nesta quinta-feira (24), e novamente o ex-jogador não compareceu para depor. O presidente da Comissão, deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ), disse que irá pedir a condução coercitiva dele ao juízo competente.
Contudo, o irmão de Ronaldinho Gaúcho, Roberto de Assis Moreira, compareceu e falou um pouco aos deputados sobre as empresas 18k Ronaldinho e LBLV.
Ambas as empresas foram pirâmides financeiras que captaram dinheiro dos investidores brasileiros, com fortes promessas de rendimentos fixos. E os dois negócios utilizaram a imagem de Ronaldinho Gaúcho em suas publicidades, o que pode ter influenciado investidores a realizarem aportes nas fraudes.
Mas o irmão de Ronaldinho Gaúcho declarou que o jogador está entre as vítimas dos negócios. Segundo ele, no caso da 18k Ronaldinho, Gaúcho tem colaborado com as investigações e já prestou esclarecimentos no Ministério Público.
Na outra empresa em que Ronaldinho Gaúcho pode ter participação, ainda sob apuração da CPI, a LBLV, ele também se apresentou como vítima e seu irmão alegou que ele já prestou depoimentos no MP.
Tensão entre deputados e advogado de irmão de Ronaldinho Gaúcho marca sessão
O relator da CPI das Pirâmides Financeiras, Ricardo Silva (PSD-SP) se incomodou com o advogado do irmão de Ronaldinho Gaúcho ditar as respostas para a testemunha. Em todos os questionamentos realizados inicialmente pela comissão, o advogado de Roberto de Assis Moreira falava o que ele tinha de responder.
O momento foi de tensão entre os deputados, alguns que não concordaram com o advogado ditar as respostas, enquanto o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) defendeu a conduta do profissional de defesa da testemunha.
Após o instante de tensão, o irmão de Ronaldinho Gaúcho, que conseguiu um habeas corpus junto ao STF, continuou respondendo a maior parte das perguntas com um “simples eu não posso responder pela 18k Ronaldinho.”
Em uma das perguntas, Roberto de Assis divulgou que teve contratos com a 18k Watches e 18k Corporation, recebendo valores na forma de royalties. Quanto a 18k Ronaldinho, Assis destacou que nunca teve contato com a empresa e que houve uma rescisão de contrato assim que começaram os rumores de pirâmide financeira.
“Nosso negócio era a linha de relógios, a venda de produtos, não a 18k Ronaldinho“, disse Roberto.
Já sobre a LBLV, Roberto declarou haver apenas um contrato de uso de imagem de Ronaldinho Gaúcho, mas que o ex-jogador não tinha conhecimento do funcionamento do negócio.
“É muito desagradável ter que falar deste assunto e ver a imagem do Ronaldinho Gaúcho em pirâmides”, disse irmão em depoimento
Questionado sobre a quantidade de golpes no mercado de criptomoedas que utilizou a imagem do Ronaldinho Gaúcho, Roberto de Assis se disse triste de ter que falar sobre o assunto.
Ele declarou que seu irmão tem um histórico vencedor no futebol e “esse não seria um mundo comum para eles”.
Sobre o contrato da LBLV, o irmão do ex-jogador disse que tudo passou por uma agência de publicidade, ou seja, Ronaldinho não teve contato direto com a empresa.