Autoridades da China prenderam um grupo de 458 pessoas sob a acusação de lavagem de dinheiro, suspeitando ligação com outros crimes como golpes amorosos, de investimento e de compras online. A quantia envolvida nos esquemas chega a 470 milhões de yuans, equivalentes a R$ 315 milhões.
As informações foram divulgadas pelo Hong Kong Economic Journal (HKEJ) na última sexta-feira (25), que também revelou que os criminosos compravam contas bancárias de moradores e estrangeiros para enganar as autoridades.
Outra tática utilizada pelo grupo envolvia o roubo de identidades para a abertura de contas em outros bancos, também visando utilizá-las para a lavagem de dinheiro.
Suspeitos possuem entre 15 e 82 anos
Do grupo de 458 pessoas presas, o HKEJ informou que 330 eram homens e 128 mulheres. Outra informação que chama atenção é a idade dos detidos, variando entre 15 e 82 anos.
Os golpes aplicados eram os mais diversos, partindo de golpes de telefonema, amorosos, de investimento, procura de emprego e compras online. De qualquer forma, a operação focou na lavagem de dinheiro, praticada após os primeiros delitos.
Segundo estimativas, o grupo é suspeito de lavar 110 milhões de yuans (R$ 74 milhões) mediante saques de dinheiro e negociação de criptomoedas entre outubro de 2022 e junho de 2023. No total, os golpes teriam atingido os 470 milhões de yuans (R$ 315 milhões).
Uma das táticas utilizadas pelos criminosos era a compra de contas bancárias de moradores locais e de estrangeiros. O valor oferecido por cada conta ficava entre 300 e 1.500 yuans (R$ 200 — R$ 1.000). Outra tática envolvia o roubo de identidades para a abertura de contas em outros bancos.
“A polícia também descobriu uma conta controlada por membros da Tríade”, apontou o Hong Kong Economic Journal. “De janeiro do ano passado a fevereiro deste ano, foram recebidas suspeitas de apostas ilegais de mais de 200 milhões de yuans (R$ 134 milhões). Uma das contas estava associada a um golpe de compras online envolvendo 40 vítimas.”
China segue pressionando criminosos que usam criptomoedas
Embora as criptomoedas estejam banidas na China desde 2021, a maioria das prisões não está ligada a investimentos em tais ativos, mas sim por outros crimes.
Além do caso acima, outro exemplo é a recente condenação de um membro do Partido Comunista Chinês (PCC) a prisão perpétua. Segundo as denúncias, Yi Xiao teria aceitado suborno de mineradores de criptomoedas, atividade também proibida no país, ao longo da última década.
Antes disso, também em agosto, outro homem foi preso por comprar criptomoedas usando seu cartão bancário. Visando receber cerca de R$ 100 para realizar a transação para um conhecido, o indivíduo acabou pagando uma multa equivalente a R$ 3.400 e condenado a 9 meses de prisão.