Vitalik Buterin, fundador do Ethereum, criticou a nova ferramenta do X (antigo Twitter) que mostra a localização de contas na rede social. Segundo o desenvolvedor, isso terá efeitos positivos no curto prazo, mas eles logo sumirão.
Em um primeiro momento, diversos perfis políticos foram desmascarados. Dentre os principais exemplos estão contas que se passavam por cidadãos americanos, mas estão baseadas em países distantes dos EUA.
A justificativa de Buterin é que essas verificações serão burladas em breve. Portanto, só servirá para colocar outras pessoas em risco.
Vitalik Buterin fala sobre recurso do X que mostra localização de contas
Lançada na última sexta-feira (22), uma nova ferramenta do X permite que usuários vejam informações sobre onde outras contas estão localizadas.
“Este é um primeiro passo importante para garantir a integridade da comunidade global”, escreveu Nikita Bier, head de produtos do X. “Planejamos oferecer muitas outras maneiras para os usuários verificarem a autenticidade do conteúdo que veem no X.”
Desde então diversos perfis foram desmascarados, especialmente aqueles que falam sobre política.
Vitalik Buterin, fundador do Twitter, concordou que o recurso se mostrou ótimo no curto prazo, mas está cético sobre o futuro da ferramenta.
“No médio prazo, atores sofisticados vão encontrar maneiras de fingir ser de países que não são.”
“Há muitas formas de alugar passaportes, números de telefone, endereços de IP de pessoas, etc. Conseguir um milhão de contas com localização falsa será médio-difícil; conseguir uma única conta com localização falsa e depois fazê-la chegar a um milhão de seguidores será fácil”, escreveu Buterin.
No início do ano, o desenvolvedor afirmou que “a privacidade não pode ser mais ignorada” e desde então está migrando o Ethereum para essa direção.
Indo nessa linha de pensamento, Buterin então destacou que a ferramenta pode ser perigosa para pessoas que não desejam ser encontradas.
“Pensei mais nisso e acho que quem respondeu está certo ao dizer que revelar o país sem consentimento, sem oferecer qualquer opção de sair disso (nem mesmo “pare de usar sua conta”), é errado”, disse Buterin.
“Na maioria dos casos, revelar o país ainda deixa um conjunto de anonimato muito grande, mas há algumas pessoas para quem até alguns poucos bits de vazamento são arriscados, e elas não deveriam ter sua privacidade retirada retroativamente sem recurso algum.”

Embora tenha nascido na Rússia e tenha cidadanias do Canadá e de Montenegro, a ferramenta mostra que a conta de Vitalik Buterin está baseada em Singapura.

Caso o usuário esteja usando um VPN, o X também aponta que “um dos nossos parceiros indicou que esta conta pode estar se conectando por meio de um proxy, como uma VPN, o que pode alterar o país ou a região exibida no perfil”.