O Grupo Bitcoin Banco conseguiu calar alguns investidores do Mato Grosso e do Pará que faziam um protesto em frente à sede da empresa, em Curitiba (PR), na manhã desta sexta-feira (1).
A empresa, segundo os investidores, acionou a Polícia Militar, que levou o grupo – formado por 10 pessoas – para o 8º Distrito Policial de Curitiba, no bairro Portão. Foi a segunda vez que a PM foi chamada em menos de 10 dias.
“A justificativa dada para gente é que estávamos perturbando a ordem e o sossego”, disse um dos investidores, que preferiu não se identificar.
Na delegacia, segundo o investidor, o empresário Claudio Oliveira (dono do Bitcoin Banco), que estava presente, resolveu não apresentar queixa contra o grupo.
“Foi só para dar um susto mesmo na gente”, falou.
Contatado pela reportagem, o Grupo Bitcoin Banco informou que não iria comentar o caso.
Veja vídeo do empresário Claudio Oliveira em frente à delegacia:
Manifestações devem continuar na próxima semana
Caso a empresa não devolva os recursos investidos, disse o investidor à reportagem, as manifestações devem continuar na segunda-feira (4).
“Só iremos embora daqui quando recebermos tudo o que a empresa deve para gente.”, disse.
Faz duas semanas que ele e boa parte dos outros investidores, que viajaram 2.000 quilômetros até a capital paranaense, estão tentando recuperar os recursos investidos na empresa.
Na quarta-feira (30), depois de cinco reuniões realizadas nos dias anteriores, o Grupo Bitcoin Banco propôs pagar a dívida em oito vezes, sendo que a primeira parcela seria depositada só em 30 dias. Eles não aceitaram.
Entenda o caso
Desde maio deste ano, investidores do Grupo Bitcoin Banco não conseguem realizar saques nas exchanges da empresa, a Negocie Coins e a TemBtc. Na época, o grupo alegou que foi vítima de uma ação criminosa de clientes, que aproveitaram uma brecha no sistema e duplicaram seus saldos. O prejuízo teria sido de R$ 50 milhões.
Nos últimos meses, a Polícia Militar do Paraná cumpriu diversos mandados de busca e apreensão na sede do grupo e nos imóveis do empresário Claudio Oliveira. O empresário também teve bens bloqueados e o passaporte retido pela justiça do Paraná, onde corre mais de 100 ações contra a empresa e seus sócios.