A Administração Nacional de Eletricidade (ANDE), estatal de energia do Paraguai, pediu aos deputados que aceitem o veto ao projeto de criptomoedas do país.
Passada em maio pela Câmara de Deputados com grande aprovação, o projeto de lei sobre criptomoedas foi vetado pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, no final de setembro.
Tudo começou após El Salvador aprovar sua lei Bitcoin, levando parlamentares paraguaios a inflamarem a condição de que o país também poderia ser uma referência no setor.
Isso porque, na fronteira com Brasil, o Paraguai gera uma alta quantidade de energia com a Itaipu Binacional que abastece o país e ainda sobra. Para não perder esse excedente, surgia a possibilidade de liberar a mineração de bitcoin, gerando renda e empregos.
Estatal de energia do Paraguai não quer lei das criptomoedas no país e promete lutar contra projeto
Após uma tramitação empolgante no Congresso Paraguaio, o projeto de lei que levaria a mineração de bitcoin a ser liberada no país acabou sendo vetado pelo Presidente Mario Abdo Benítez.
Em sua justificativa, Benítez informou que o consumo elétrico é muito alto e a geração de empregos não é suficiente para ajudar a economia.
Apesar disso, o Senado paraguaio derrubou o veto nos últimos dias, se mostrando contrário ao presidente. Assim, o projeto de lei chegou na Câmara dos Deputados, que deve dar a decisão final sobre o caso.
Mas a estatal de energia do Paraguai foi pressionar o presidente da Câmara, Carlos María López (PLRA-Cordillera), que já informou que está ao lado do presidente do Paraguai. Ou seja, ele é a favor de vetar o projeto de lei que daria ao Paraguai um alívio na pressão sobre as criptomoedas e sua mineração, que poderia levar mais empregos ao país.
De acordo com informações divulgadas pela Câmara dos Deputados do Paraguai, Carlos María disse que foi procurado por lideranças da ANDE e que fará o que puder para vetar o projeto, ao contrário do que fez o senado.
“A preocupação da ANDE é que seja utilizada uma grande quantidade de energia e que não forneça uma fonte de trabalho; seria um consumo eletrointensivo e não um consumo industrial.”
O presidente da Câmara teve reunião com Felix Sosa, presidente da ANDE, onde ouviu as razões que levaram o executivo a vetar o projeto.
Energia dada às criptomoedas pode ser um desperdício
O presidente da Câmara declarou após sua reunião com membros da estatal de energia do Paraguai que a lei das criptomoedas favoreceria um desperdício da produção elétrica do país, que pode em 8 anos consumir todo o excedente sem a necessidade das criptomoedas.
Assim, a prioridade deve ser, na opinião dele, para outras indústrias que não a das criptomoedas. Vale lembrar que apesar da posição do presidente da Câmara e do executivo no Paraguai, é necessário que a maioria dos parlamentares decidam sobre o assunto.
Como o projeto de lei já foi aprovado na casa no passado recente, é possível que o veto do presidente seja derrubado, o que tornaria a promulgação da lei obrigatória. Os paraguaios aguardam por mais novidades sobre o assunto em breve.