Jorge Stolfi, professor da Unicamp e famoso crítico das criptomoedas, está preocupado com o desenvolvimento do Real Digital, a CBDC brasileira. Em tuítes publicados na última sexta-feira (24), Stolfi disse que o Banco Central do Brasil “caiu na lábia dos vigaristas” e gastará milhões com empresas do ramo.
Segundo documentos do BCB, nove empresas foram selecionados para a criação do Real Digital. Além de bancos como Santander e Unibanco, a autarquia também se aliou a empresas de criptomoedas como Aave, Mercado Bitcoin e ConsenSys para realizar testes iniciais.
Assim como o Brasil, diversos países estão escolhendo a tecnologia blockchain frente a outras. O motivo poderia estar relacionado a segurança do Bitcoin, criptomoeda que deu vida a este mecanismo e está em pleno funcionamento há 14 anos.
Conhecido por seu ódio em relação às criptomoedas, Jorge Stolfi já chegou a dizer que o Bitcoin arrancará milhões de vidas humanas. No entanto, o professor da Unicamp agora está preocupado com a criação do Real Digital.
Através de suas redes sociais, Stolfi afirma que o BCB caiu em um golpe e gastará milhões de reais com empresas lideradas por vigaristas.
“O Banco Central do Brasil (BCB) infelizmente caiu na lábia dos vigaristas que vendem “tecnologia blockchain”, e vai gastar milhões pagando essas empresas para desenvolver projetos piloto, etc para o Real Digital (CBDC). Lamentável.”
Embora diversos países estejam se apoiando na tecnologia blockchain para construir suas moedas digitais, Jorge Stolfi considera o instrumento como “uma fraude tecnológica”.
Sem citar exemplos, o professor da Unicamp afirma que existem outras tecnologias melhores, que podem ter um desempenho mais satisfatório “em todos os aspectos”, como “custo, segurança, simplicidade [e] velocidade”.
“A única “utilidade” da “tecnologia blockchain” é tirar dinheiro de investidores, gerentes e governantes que não entendem o suficiente de software para perceber que ela não serve para nada”, concluiu Stolfi. “É Terapia de Cristais para software.”
Segundo o site Atlantic Council, que reúne dados sobre desenvolvimento de moedas digitais de bancos centrais (CBDC), a maioria dos países ainda não decidiu qual será a tecnologia utilizada em suas moedas.
No entanto, 18 países já optaram pela tecnologia blockchain, também citada como DLT, sigla inglesa para Tecnologia de Contabilidade Distribuída. Enquanto apenas 5 optaram por uma tecnologia convencional, como é o caso da Jamaica.
Por fim, os 14 anos de segurança do Bitcoin pode ser o motivo da escolha da tecnologia blockchain por bancos centrais. Além disso, diversas outras criptomoedas também servem como caso de estudo.
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