Negociado a US$ 40.300 nesta tarde de sexta-feira (19), o Bitcoin amarga queda de 18% desde que os ETFs foram aprovados nos EUA no último dia 11. Mesmo que o ETF da Grayscale tenha causado uma saída de R$ 10,9 bilhões (US$ 2,2 bi), os ETFs não são os vilões dessa história.
O motivo para afirmar isso está ligado aos outros 9 ETFs no mercado, que juntos acumulam uma entrada de R$ 16,3 bilhões (US$ 3,3 bi), ou seja, deixam a conta em R$ 5,5 bilhões (US$ 1,1 bi) no positivo.
Por outro lado, mineradores venderam R$ 23 bilhões (US$ 4,7 bi) neste mesmo período, causando uma pressão no mercado. De qualquer forma, esses não são os únicos que podem estar vendendo.
Balanço de ETFs de Bitcoin está no positivo
Conforme as carteiras de Bitcoin da Grayscale são públicas, muitos estão creditando a queda do mercado a essa gestora. Como exemplo, nesta tarde de sexta-feira (19), a Grayscale enviou mais 12.865 bitcoins para a Coinbase, indicando que o fluxo de saída de seu fundo continua.
No entanto, muitos estão ignorando os outros 9 ETFs do mercado. Embora ainda não tenham dados para essa sexta-feira (19), BlackRock, Fidelity e outras gestoras geraram entradas maiores que as saídas da Grayscale. Como notado por Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, esses ETFs estão ajudando, ou seja, a queda seria maior sem eles.
Outro motivo para acreditar que a Grayscale não está pressionando o mercado é o horário em que essa e outras gestoras fazem suas compras e vendas. Segundos seus sites, seus fundos são atualizados às 16h nos EUA (18h pelo horário de Brasília), hora de fechamento das bolsas dos EUA.
Ao analisar o gráfico do Bitcoin na Coinbase, possivelmente a principal corretora onde essas gestoras estão realizando suas operações, é nítido existe um pico de volume que entre as 17 e 18h (BRT). Os únicos dias que falham a isso são sábado e domingo, quando os ETFs não são negociados.
Portanto, flutuações de preço ao longo do dia não possuem relação direta com a Grayscale, muito menos com os ETFs, já que o balanço final está no positivo.
Mineradores se preparam para halving, traders realizam lucros
Com o halving chegando em cerca de 100 dias, mineradoras estão se preparando para um “canibalismo” no setor conforme suas recompensas serão reduzidas pela metade.
Experientes, com anos no mercado, algumas estão se preparando para esse momento que pode diversas apresentar fusões e aquisições no setor. Portanto, isso explica a venda de R$ 23 bilhões (US$ 4,7 bi) por essas empresas nesta semana.
Embora tal valor já seja suficiente para fazer o Bitcoin cair, traders também podem por trás dessa queda. Afinal, a BlackRock agitou o mercado ao anunciar que estaria tentando emplacar o primeiro ETF de Bitcoin da história ainda em junho de 2023.
Ou seja, quem comprou Bitcoin na data dessa notícia lucrou 95% em apenas 7 meses com a especulação sobre os ETFs. Portanto, estão felizes em realizar parte de seus lucros agora.
Tal período também trouxe alguns forasteiros. Como exemplo, até investidores que não gostam do Bitcoin afirmaram que estavam comprando. O negócio deles é fazer dinheiro para os clientes, não são amantes do Bitcoin, e por conta disso podem estar de saída.
Por fim, o índice de medo e ganância do Bitcoin já estava próximo “ganância extrema” antes mesmo da aprovação dos ETFs. Um grande sinal de que o mercado estava muito esticado. Portanto, essa queda de 18% é um ajuste natural do mercado.
Quanto aos ETFs, esses devem trazer um fluxo contínuo de dinheiro para o Bitcoin no longo prazo. Em suma, veremos possivelmente o mercado mais rico do mundo realizando aportes mensais por toda eternidade, não há como não estar confiante no futuro do BTC.