O Bitcoin superou o valor de US$ 8.200 pela primeira vez em dois meses nesta terça-feira (24), após meses de baixa e falta de novos compradores.
A maior criptomoeda do mundo chegou a ser negociada por US$ 8.342,62 ao longo do dia, o que representou uma alta de 7% nas últimas 24 horas.
Na semana passada a moeda digital teve uma valorização de 15%, impulsionada por notícias de interesse de investidores institucionais e especulações de que um ETF em bitcoin será aprovado pela SEC em agosto.
Ontem, o Bitcoin teve uma alta de quase 4% ao longo do dia, a maior valorização dos últimos 60 dias.
A BlackRock confirmou que montou um grupo de trabalho para estudar as criptomoedas e sua tecnologia, blockchain.
O grupo de trabalho existe desde 2015, disse uma fonte familiarizada com o assunto à CNBC. A notícia ajudou a melhorar o sentimento da moeda digital.
Outro motivador de impulsionar o valor do Bitcoin são as notícias sobre a regulamentação global do Bitcoin. A Coreia do Sul criou na semana passada um departamento do governo com o objetivo de criar iniciativas políticas em torno das criptomoedas.
A Coreia do Sul impediu que contas bancárias anônimas se envolvessem no comércio de criptomoedas no início deste ano, um movimento amplamente considerado positivo para a indústria.
As ofertas iniciais de moeda (ICO), – uma forma controversa de arrecadação de fundos para start-ups -, estão tendo maior responsabilidade e transparência. Reguladores financeiros, incluindo a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, têm se tornado cada vez mais cautelosos com as ICOs.
Em uma ICO, uma start-up vende novos tokens digitais em troca de criptomoedas estabelecidas, como bitcoin ou ethereum – ou dinheiro – para alavancar seus negócios.
As ICOs são reconhecidas por vários golpes e projetos fracassados, levando a preocupações dos governos sobre os investidores estarem sendo enganados. A China e a Coreia do Sul proibiram a prática no ano passado.
Ao site de notícias RT, o analista da FXStreet, Yohay Elam, explica o aumento do Bitcoin com cinco razões.
Em primeiro lugar, o Google e o Facebook, que anteriormente baniram a publicidade sobre criptomoedas, diminuíram a pressão que estão exercendo. Alguns anúncios da Coinbase já podem ser vistos no Facebook, Google, Instagram e Twitter.
Em segundo lugar, a Bolsa de Opções do Conselho de Chicago (CBOE) está procurando lançar um fundo negociado em bolsa de bitcoin (ETF). O ETF é um título negociável.
O lançamento do ETF em bitcoin pode ser bom para o bitcoin como um ativo, mas ruim para seu uso como dinheiro, diz Olga Prokhorova, especialista do International Financial Center. “Com o lançamento dos fundos ETF, o número de moedas compradas para garantir o ETF, e mantido em sua posse, só aumentará. Investir no fundo ETF dará confiança, legitimidade, simplicidade de investimento e tributação, são vantagens indubitáveis ” , afirma.
A terceira razão está na empresa de investimentos Blackrock, que tem US $ 6 trilhões em ativos. Recentemente ela demonstrou interesse em bitcoin e outras criptomoedas, o que significa que o dinheiro da instituição pode entrar na tecnologia, disse Elam a RT.
A Câmara de Comércio dos EUA, um órgão do governo, está pedindo o fim da incerteza regulatória em torno do bitcoin, o que acrescenta um sentimento positivo ao mercado, apontou Elam como quarto fator.
A quinta razão é a sazonalidade, o bitcoin geralmente tem alta depois de julho, de acordo com o analista.