Segundo afirmação de Meng Wei, porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, o país aprofundará a repressão em relação a atividade de mineração. A fala aconteceu nesta terça-feira (16) durante uma conferência em Pequim e por coincidência, ou não, o Bitcoin opera em queda de 5% nas últimas 24 horas.
As informações, divulgadas pela CNN, mostram uma China cada vez mais preocupada em não permitir que seus cidadãos abandonem sua moeda nacional, o Yuan. Apesar do grande esforço, e migração de grandes empresas de mineração, a China jamais conseguirá expulsar o Bitcoin por completo de seu país.
Assim como outros países com políticas rígidas, os cidadãos chineses são aqueles que mais precisam do Bitcoin. Muito além da questão financeira, também é uma questão cultural, afinal eles não podem nem mesmo acessar sites como Wikipedia.
A briga entre as autoridades chinesas e mineradores já dura seis meses. Em maio deste ano a China proibiu a atividade de mineração em seu país, fazendo com que estes empreendedores realocassem seus equipamentos em outros locais como EUA, Cazaquistão e Rússia.
Nesta terça-feira (16), a China voltou a atacar este ramo, afirmando que estará trabalhando de forma mais aprofundada para reprender mineradores, que estão atuando de forma ilegal.
“A mineração de moeda virtual apresenta alto consumo de energia e emissões de carbono, e não desempenha um papel positivo no desenvolvimento industrial e no progresso tecnológico”
Mesmo banindo tanto a mineração como qualquer outra atividade que envolva criptomoedas, como negociação em exchanges e até mesmo a compra e venda de produtos relacionados em sites como Alibaba, vários chineses estão burlando esta proibição, ao usar exchanges descentralizadas ou até mesmo registrando empresas no exterior para utilizar exchanges centralizadas. Já a prática da mineração, continua sendo exercida por pequenos mineradores que dificilmente são descobertos.
Apesar de apresentar-se como um país ecologicamente correto e preocupado com o meio ambiente, como mostrado na citação abaixo, hoje a maior fonte de energia da China é oriunda da queima de carvão. Após o êxodo de mineradores para outros países, como EUA, a mineração do bitcoin já mostra-se mais verde.
“Os riscos derivados da produção e comercialização de moeda virtual estão se tornando cada vez mais proeminentes. Seu desenvolvimento cego e desordenado tem um impacto adverso severo na promoção de desenvolvimento econômico e social de alta qualidade, conservação de energia e redução de emissões.”, disse Meng Wei
Essencialmente há dois tipos de pessoas que mais precisam do BTC, aquelas que vivem em países com políticas monetárias péssimas, como o Brasil cujo Real foi a 16ª que mais desvalorizou em 2021, e também países que não dão liberdade ao seu povo, como é o caso da China.
Apesar do Yuan, moeda da China, ter valorizado mais de 12% em relação ao dólar desde maio de 2020, sua população de mais de 1,4 bilhão de pessoas não tem outra escolha a não ser usar a moeda local.
Além de diretrizes severas em relação a moeda, a China também proíbe que seus cidadãos acessem redes sociais, tão comuns para nós, como Facebook e Twitter. Além disso, outros sites como a Wikipedia também são inacessíveis.
Desta forma, é essencial que projetos como o Bitcoin e outros que promovam a liberdade continuem sendo explorado em países como a China. Após várias proibições, a China parece estar apenas gastando tempo e energia, afinal não há como proibir o Bitcoin.
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