Dados da Chainalysis, empresa de segurança de criptomoedas, afirmam que 3,7 milhões de bitcoins estão perdidos, ou seja, seus donos não têm mais acesso as suas chaves privadas. A quantia é equivalente a R$ 1,2 trilhão na cotação atual.
No entanto, com diversas carteiras “acordando”, esse número é questionável. Isso porque a interpretação da Chainalysis é bastante rasa. Em suma, a empresa afirma que quaisquer bitcoins parados na mesma carteira há mais de 5 anos são considerados ‘perdidos’.
Bitcoins perdidos ou adormecidos?
Conforme a oferta de bitcoins influencia o seu preço, uma informação sobre quantos bitcoins estão perdidos seria essencial para determinados cálculos. No entanto, as estimativas podem estar longe da realidade.
Afinal, frequentemente uma carteira parada há quase uma década move suas moedas inesperadamente. O intervalo é bem maior que o padrão estabelecido pelos estudos da Chainalysis.
Na semana passada, por exemplo, um minerador moveu 50 bitcoins que estavam parados desde 2010. No ano passado, uma única baleia moveu mais de 6.000 bitcoins (R$ 2 bilhões) após 9 anos de “repouso”.
Um exemplo ainda maior foi o confisco de 50.000 bitcoins (R$ 16,7 bilhões) pelo governo da Alemanha. A quantia pertencia aos criadores de um site de pirataria que, talvez por medo, não tocaram nessas moedas desde 2013, há uma década.
Indo além, o Bitcoin se tornou um ouro digital, considerado um ativo de longo prazo. Então é possível existirem mais investidores pacientes do que se imagina, principalmente aqueles que já passaram por mais de um ciclo do mercado.
Nem mesmo bitcoins perdidos podem estar perdidos
Um dos casos mais famosos de bitcoins perdidos envolve um homem que jogou seu HD no lixo por acidente. No total, James Howells perdeu 8.000 bitcoins que foram parar no lixão de sua cidade. A quantia é equivalente a R$ 2,7 bilhões na cotação atual.
No entanto, nem mesmo esses bitcoins poderiam ser dados como perdidos. Isso porque é possível que computadores quânticos quebrem a criptografia por trás do Bitcoin em algumas décadas, ou seja, esses bitcoins poderão ser resgatados de alguma forma, voltando para o mercado.
Portanto, é preciso olhar para o Bitcoin com seus 21 milhões de unidades, atualmente 19.689.640 em circulação, ao analisarmos a sua escassez. Embora esse número também não seja preciso atualmente, é o mais próximo da realidade.