Para o deputado português de esquerda, José Gusmão, as criptomoedas são uma modalidade de dinheiro de brincadeira, mas que podem trazer consequências sérias para países.
Eleito em 2019, o deputado se diz contra a lei das criptomoedas aprovada na Europa nos últimos dias, a chamada MiCA. As regras regulam o mercado e, assim como no Brasil, corretoras e plataformas envolvidas com a tecnologia.
De acordo com o deputado, a regulação da indústria eleva o risco para os países europeus, que se envolvem com uma tecnologia nociva.
Eurodeputado de esquerda criticou aprovação de lei para regular as criptomoedas e diz que Bloco Europeu corre risco de novo subprime
A lei que regula o mercado cripto no velho continente segue causando polêmicas, apenas alguns dias após sua aprovação.
Em um desabafo público, o Deputado do Parlamento Europeu José Gusmão disse que as regras podem incentivar o uso das criptomoedas, mas em sua opinião, deveriam criar medidas que impedem o acesso da população.
De acordo com o deputado português, a tecnologia das criptomoedas é construída para falhar, e se assemelha muito aos subprimes, que causaram a crise de 2008 nos Estados Unidos.
“O mercado das criptomoedas tem hoje uma capitalização semelhante a que tinha a indústria do subprime antes da última crise financeira. E essa dimensão continua a crescer, e vai crescer ainda mais depois de aprovada esta regulação.”
Parlamentar acredita que as criptomoedas são uma forma de dinheiro de brincadeira
Além da suposta relação das criptomoedas com a crise do subprime, que arruinou a credibilidade dos bancos e causou a crise de 2008, José Gusmão pressionou os fundamentos das moedas digitais descentralizadas.
De acordo com ele, as criptomoedas são um dinheiro de brincadeira, mas que deverão trazer consequências sérias no futuro.
“A ligação entre o mercado de criptoativos e o mercado financeiro tradicional é cada vez maior e são cada vez mais famílias que dão dinheiro a sério em troca de ativos a brincar.”
Para ele, a lei deverá se tornar obsoleta antes mesmo de entrar em vigor e a Europa deveria recuar da lei aprovada.
Vale lembrar que o mercado de criptomoedas participou dos debates com reguladores e ajudou a criar as regras aprovadas no continente.
Missão impossível para agências reguladoras
Ao final do seu desabafo público, o eurodeputado lembrou que as agências reguladoras que deverão cuidar do mercado de criptomoedas enfrentam uma missão impossível.
Para Gusmão, elas se tornaram bodes expiatórios de futuras crises envolvendo o mercado de criptomoedas.
Por fim, o deputado português da zona do Euro finalizou sua fala contra a lei, indicando que ela não cita a poluição causada pelas criptomoedas. Publicamente, ele publicou em seu Twitter que a regulação finge que tais ativos existem.