Historicamente, o Bitcoin apresenta um péssimo desempenho nos meses de setembro. Nas últimas 11 vezes, o BTC fechou tal mês com ganhos em apenas 3 oportunidades, ficando 8 vezes no negativo.
Embora isso não signifique que o futuro repetirá o passado, muitos investidores brincam que muitas vezes esses dados “rimam”. Portanto, é importante estar atento aos sinais do mercado.
Tal comportamento não é único do Bitcoin e do setor de criptomoedas. Dados mostram que setembro também tem sido o pior mês para o S&P 500, índice que reúne as 500 maiores empresas dos EUA.
Dentre 1990 e 2022, um período de 32 anos, o SPX registra uma queda média de 0,5% nos meses de setembro, empatando com agosto. Devido a isso, até existe o ditado “venda em maio e vá embora”, voltando apenas em novembro.
Por que setembro é um péssimo mês para investidores?
Segundo especialistas, o péssimo desempenho de investimentos no mês de setembro pode estar ligado a eventos macroeconômicos, incluindo a publicação de relatórios do 2º trimestre de cada ano, mas também decisões de políticas monetárias.
Outro ponto estaria ligado a mudança de estações, especialmente no hemisfério norte (EUA, Europa, etc.), que deve encerrar seu verão no dia 23 de setembro. Portanto, o período é marcado pelo retorno das férias, fazendo investidores re-organizarem seus portfólios.
Somado a isso, os próprios dados históricos também podem mexer com o psicológico, deixando-os mais enviesados para vendas.
“Tradicionalmente, setembro tem sido um mês volátil para o Bitcoin, com um retorno médio de −4,78% e uma típica queda de máximo à mínima de 24,6%”, disseram analistas da Bitfinex.
Somado a isso, eles acreditam que o Bitcoin pode cair até 20% devido à reunião do Fed, marcada para o dia 18 de setembro.
“Se fôssemos especular, recomendaríamos esperar uma queda de 15 a 20% quando as taxas forem cortadas neste mês, com um piso entre US$ 40 a US$ 50 mil para o BTC.”
“Este não é um número arbitrário, mas baseado no fato de que o pico do ciclo, em termos de retorno percentual, diminui cerca de 60 a 70% a cada ciclo e a correção média do mercado em alta também diminuiu”, notou a Bitfinex. “Mas essa lógica pode ser facilmente negada se as condições macroeconômicas mudarem. Estes são tempos incertos para os traders.”
A única salvação seria um corte de 0,5%, ao invés do esperado de 0,25%. Isso “poderia desencadear um aumento imediato no preço do Bitcoin, potencialmente subindo de 5 a 8% devido às expectativas de maior liquidez”, disseram os analistas, adicionando que “isso pode ser passageiro”.
Momento pode ser oportuno para investimento de curto prazo
Por outro lado, uma possível queda do Bitcoin em setembro pode ser um ótimo ponto de entrada. Isso porque a baixa poderia ser considerada um desconto, principalmente para quem realiza aportes frequentes.
De qualquer forma, os dados históricos mostram que outubro e novembro são os dois meses de melhor desempenho do Bitcoin. Ou seja, seria possível obter ótimos retornos no curto prazo.
Desde 2013, a média de ganhos nestes meses fica em 22,9% e 46,8%, respectivamente.
Dependendo da situação macro-econômica, seria possível manter essa posição aberta por até sete meses, aproveitando os meses de fevereiro e abril, que também têm registrado dois dígitos percentuais de ganhos.