Um anúncio foi publicado na revista Veja relacionado à chegada de uma nova criptomoeda no mercado. Por trás do projeto está Maicon Santos, acusado de ter participado de um esquema de pirâmide financeira. Com a Digital Money (DMX), o executivo fez várias propagandas, dentre elas na maior revista de circulação do Brasil, a Veja.
Certamente pirâmides financeiras são negócios considerados fraudulentos que existem apenas para lesar investidores com pouco conhecimento do mercado. Dito isso, com a promessa de lucros fixos e valores duvidosos, vários negócios resultaram em milhares de pessoas enganadas e milhões de reais perdidos.
Digital Money (DMX) é o novo projeto de Maicon Santos
Segundo o projeto da Digital Money (DMX), a criptomoeda possui um lastreamento que permitirá que o valor do ativo digital não sofra grandes flutuações. Embora o conceito seja de uma stablecoin, a Digital Money (DMX) parece representar uma plataforma voltada também para pagamentos.
Foram realizadas publicações sobre o projeto na revista Veja. Além dessa revista, a Exame fez propaganda também para a Digital Money (DMX). Em um dos casos, Maicon Santos aparece com um proeminente empreendedor que conseguiu um milhão de reais através de investimentos em criptomoedas.
12 mil pessoas participaram de negócio com a Beacon
Embora não existam acusações mediante ao projeto da Digital Money (DMX), o mesmo não pode ser dito de Maicon Santos. Primeiro que o empresário é apontado como um dos envolvidos em um esquema que pode ser enquadrado como pirâmide financeira. O empreendimento atuou em 2015, e mais de 12 mil pessoas participaram do negócio com a promessa de um projeto chamado Beacon.
Certamente o empresário é apontado também por possuir ligações com os negócios Bbom e Revolutyon Tag Point. No caso do Revolutyon Tag Point, uma enorme investigação em 2015 surgiu para identificar o negócio como pirâmide financeira.
De acordo com a investigação do caso, o negócio acontecia através da venda de dispositivos de informática através do Revolutyon Tag Point. Contudo, a aquisição dos dispositivos acontecia mediante a promessa de “venda casada” com a promessa de cooptação de novos clientes para a empresa.
Empresário vendia equipamentos da empresa Revolutyon
Com esse comportamento atípico, o negócio demonstrava sinais de irregularidades. Segundo a delegada responsável pelo caso em 2015, Luciana Caon, existiam indícios de pirâmide financeira no negócio. O nome de Maicon Santos aparece após o empresário ser acusado de ter vendido equipamentos relacionados a Revolutyon.
O empresário Maicon Santos foi apontado como parte integrante da Revolutyon. Na época, a empresa chegou até a anunciar um patrocínio para o time de futebol carioca, o Botafogo. Santos foi acusado de ser o verdadeiro dono da Revolutyon por Vitor Loreto. A venda dos dispositivos acontecia também através do empresário, de acordo com a alegação de Vitor Loreto.
Avaliação da Digital Money (DMX)
Para avaliar qualquer projeto de ICO, basta seguir alguns passos simples, se o projeto atender a todos os requisitos, então existe chance de ser um bom projeto.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Erasmus publicou um artigo analisando os determinantes do sucesso de 630 ICOs realizadas entre agosto de 2015 e dezembro de 2017. Os critérios para ICO de sucesso são:
- Repositórios GitHub pré-ICO.
- Pré-venda para investidores privados.
- Uma duração menor de venda de token planejada.
- Uma grande equipe de projeto.
- Não oferece esquema de bônus.
- Uma equipe com conhecimento.
- Finalmente, transparência.
O projeto Digital Money (DMX) não atende nenhum desses critérios. Consequentemente a criptomoeda possui falhas graves no projeto, que identificamos abaixo:
- Site disfuncional, mal feito ou copiado – Utiliza template pronto aleatório.
- Perfis de equipe envolvidos em fraudes – Como já reportado, um dos envolvidos já promoveu pirâmide.
- Whitepaper questionável ou não original – Documentação do projeto é copiado e tem textos genéricos, nada original.
- Objetivos não são claros da empresa. DMX diz que é melhor que o Bitcoin.
- Diz ser mais seguro que o Bitcoin. Mentira, o custo de ataque ao bitcoin por hora é de mais de um milhão. Bitcoin tem 10 anos e nunca foi hackeado.
- Repositório de Código fonte não é mostrado – Ninguém pode ver o código fonte do projeto, o que vai contra a ideia de descentralização.
- Nenhum estágio pré-ICO – Significa que nem os próprios líderes do projeto acreditam no projeto, o risco é todo seu.
- Pessoa Jurídica e Registro de Empresa – Qual CNPJ é responsável pelo projeto?
- Fornecimento máximo da moeda: Não especificado. Um problema gravíssimo.
- Valor mínimo fixado: Vai contra as regras da descentralização.
Finalmente, vai aqui um alerta, a história já mostrou que vários foram os projetos que chegaram com promessa de “ser melhor que o Bitcoin”. Entretanto, não possuíam critérios básicos de funcionamento morreram, deixando seus investidores com grandes prejuízos.