Diretor da Binance no Brasil pede demissão

A jornada de Da Ros como diretor da Binance foi bem curta comparada com a sua atuação na direção de mais de dois anos na corretora de criptomoedas Ripio.

“Houve um desalinhamento de expectativas sobre meu papel”. Foi desta forma que Ricardo da Ros anunciou na noite de ontem (14) no Linkedin sua saída da corretora Binance. Da Ros vinha atuando desde janeiro deste ano como diretor (Country Manager) na filial brasileira da corretora.

“Fui contratado com o objetivo de estruturar e regularizar a operação no Brasil, mas o progresso nesses 6 meses ficou abaixo do que eu esperava e achei melhor me desligar. Acredito que a empresa irá tomar as medidas necessárias em seu tempo e de acordo com sua estratégia, que infelizmente divergem da minha expectativa.”

Apesar de Da Ros mencionar que “a empresa tem ótimos produtos e serviços” e chamar de excelente a equipe da empresa de criptomoedas no Brasil, ele deixou claro sua insatisfação sobre o que a Binance esperava dele:

“Após 6 meses intensos como Country Manager na Binance, decidi sair da empresa. Houve um desalinhamento de expectativas sobre meu papel e tomei a decisão de acordo com meus valores pessoais”.

Da Ros, contudo, não entrou em detalhes sobre o que seria esse desalinhamento de expectativas da Binance sobre o seu papel. Ele afirmou por outro lado que está tranquilo com o seu trabalho feito enquanto atuou como diretor da empresa no Brasil. 

“Eu sigo tranquilo e satisfeito pelos excelentes resultados obtidos no Brasil nesses 6 meses e devo tirar as próximas semanas de férias para descansar corpo e mente.”

A jornada de Da Ros como diretor da Binance foi bem curta comparada com a sua atuação na direção de mais de dois anos na corretora de criptomoedas Ripio. Na mensagem, ele agradeceu pela oportunidade e torce para que “a Binance se torne um exemplo para o mercado mundial de criptoativos”.

Problemas da Binance

Essa torcida, porém, parece que terá de ser forte. A empresa tem enfrentado adversidades pelo mundo com os reguladores. O caso mais recente ocorreu hoje (15) na Itália. A Commissione Naziole per la Società e la Borsa (Consob) emitiu um alerta afirmando que a Binance não tem autorização para operar naquele país. A Consob é uma espécie de CVM italiana.

Antes dessa decisão, a Inglaterra já havia emitido também um alerta no mês passado e nesse caso, a proibição acabou afetando os negócios. A maior corretora de criptomoedas do mundo em volume de negociações, recentemente perdeu a parceria que tinha com a Clear Junction, uma das maiores processadoras de pagamentos no Reino Unido.

A empresa que era principal parceira de pagamentos da Binance na Europa rompeu com a corretora de criptomoedas depois que a Autoridade de Conduta Financeira (Financial Conduct Authority – FCA) emitiu um alerta contra a corretora, afirmando que ela não tem permissão para operar no país. 

No Brasil, a Binance também enfrentou problemas com a regulação. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proibiu no ano passado a Binance Futures de atuar no mercado captando clientes no país. 

A Livecoins procurou Da Ros para comentar sobre sua saída, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.

Resposta da Binance 

 A Binance ao ser contatada pela reportagem respondeu em nota que: 

“Ricardo da Ros, que por seis meses ocupou o cargo de country manager do Brasil na Binance, não está mais na organização. Agradecemos o trabalho e a contribuição prestada por Ricardo durante sua passagem pela Binance e desejamos-lhe felicidades em seus empreendimentos futuros.”

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Alexandre Antunes
Alexandre Antunes
Advogado e jornalista. Mestre em Direito Constitucional pelo PPGDC UFF. Pesquisador e professor visitante do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Direito Administrativo Contemporâneo (GDAC).

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