Uma empresa acusada de operar um esquema de pirâmide se defende nos últimos dias, afirmando que foi vítima de falsas acusações. O possível golpe é alvo de um inquérito policial no estado de São Paulo, já conduzindo até uma operação contra o negócio.
Desde o final de 2019, com a deflagração da “Operação Lucro Fácil”, a E-Bit Investimentos FX entrou na rota da polícia. Nos últimos dias, um lavrador da região de Araçatuba, interior do estado, registrou mais um boletim contra a empresa.
Vários clientes acusam a E-Bit FX de operar um esquema, ao oferecer rendimentos sustentáveis com Bitcoin. Contudo, há alguns meses uma série de boletins de ocorrência levaram a polícia a intervir no negócio para apurar o suposto golpe.
Empresa que é acusada de operar um esquema de pirâmide financeira se defende de acusações
O Brasil de fato tem sido assolado por esquemas de pirâmide financeira, de todos os tipos. Na última terça, o Livecoins noticiou até um possível golpe em Brasília envolvendo café e Bitcoin, ou seja, os golpistas inovam para atrair investidores.
Com várias acusações pesando contra a E-bit FX, o negócio tem sido algo de investigação pela Polícia Civil de São Paulo. No final de 2019, a Operação Lucro Fácil foi até a sede da empresa cumprindo mandados de busca e apreensão, além da casa dos sócios.
Recentemente, um lavrador afirmou que investiu R$ 90 mil no negócio e perdeu metade do dinheiro. Além disso, outro homem, morador de Birigui (SP), afirmou no final de junho que perdeu R$ 200 mil na empresa, que já não paga os rendimentos prometidos há seis meses.
Em nota enviada para o Folha da Região, portal de Araçatuba (SP), a empresa acusada de operar um esquema de pirâmide se defende. De acordo com o departamento jurídico da E-bit FX, os boletins de ocorrência não teriam respaldo, pois a empresa tem cumprido com os pagamentos.
A empresa afirmou que trabalha com investimentos de alto risco, que seria de conhecimento comum. Ao buscar se justificar, afirmou ainda que passa por uma crise financeira e as denúncias de clientes com consequentes investigações não ajudam a E-Bit FX. Em casos de pirâmide financeira, é comum a empresa justificar seus erros colocando a culpa em terceiros, por vezes, até em seus próprios clientes.
“Há lastro para os investimentos feitos, com investidores tendo cartas fianças”, afirma empresa, mas será mesmo?
A Unick Forex, com sede no Rio Grande do Sul, fez uma fama negativa para o Bitcoin no Brasil, ao oferecer por todo o país altos rendimentos. Contudo, o esquema foi encerrado pela Polícia Federal em 2019, na chamada Operação Lamanai.
Ao oferecer rendimentos garantidos com Bitcoin para seus clientes, a Unick dava até certificados. Dessa forma, os investidores acreditavam que possuíam um investimento seguro e com lastro em um terreno em Brasília. O terreno, contudo, até hoje encontra-se intacto, com clientes enfrentando dificuldades para receber sua “fiança”.
De forma semelhante, a E-bit FX afirma que seus clientes tem carta fiança, sem deixar claro qual seria o lastro. Ao complementar sua defesa, deixa claro que irá processar clientes que acusem o negócio E-bit de operar um esquema de pirâmide ou de cometer algum crime.
Apesar da empresa buscar se desvincular da narrativa criminosa, os fatos seguem sendo apurados pelas autoridades. Caso a E-bit FX seja condenada, poderá ter bens bloqueados para pagar os investidores que afirmam estar com prejuízo ao investir no negócio.
O Bitcoin é uma moeda que está sendo constantemente associada a golpes, principalmente nos últimos anos. Contudo, quando alguma empresa oferece rendimentos fixos, normalmente o produto é só o engodo de um esquema muito mais elaborado, conhecido como ponzi. No Brasil já teve ponzi de avestruz, boi, entre outros, ou seja, o problema é o “rendimento garantido“, se receber uma proposta dessas, desconfie.