Citando as ameaças à saúde causadas pela mudança climática, um projeto de lei acaba de ser passado para o Senado dos EUA. Seu foco está nos mineradores de Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas que usam Proof-of-Work (PoW).
Caso a lei seja aprovada no Senado, sem alterações, os mineradores precisarão cumprir medidas associadas a ‘Lei de Liderança Climática e Proteção Comunitária’, criada em 2019. Mais especificamente, isso significa que os mineradores precisarão controlar a emissão de carbono.
Tal posicionamento dos governantes se acelerou conforme os EUA se tornaram o polo mundial da mineração de Bitcoin após a China banir a atividade em seu país. Como imaginável, muitos não gostaram da decisão.
Projeto de lei A7389C sobre mineração de Bitcoin e Ethereum
Criticada por ativistas devido à energia usada para manter a segurança do protocolo, a mineração de Bitcoin ganha mais um inimigo: o governo. Além do Bitcoin, o projeto votado em Nova York também cita todas outras criptomoedas que usam PoW, em especial o Ethereum, segunda maior do mercado.
“Estabelece uma moratória nas operações de mineração de criptomoedas que usam métodos de autenticação de Proof-of-Work para validar transações de blockchain.”
Tal proposta de lei vai em direção as políticas de controle climático implementadas em 2019 através da Lei de Liderança Climática e Proteção Comunitária. Com isso, mineradores precisarão diminuir a emissão de carbono, seja por energia verde e/ou de medidas que equilibrem tais emissões.
Contudo, tal medida não agradou a todos. Através de redes sociais foi possível encontrar alguns grupos falando sobre o assunto, afirmando que tal lei é o mesmo que banir a mineração por completo.
“A comunidade de criptomoedas se uniu para protestar contra essa lei equivocada, enviando milhares de e-mails, tuítes e ligações. Esse engajamento está funcionando. Quanto mais legisladores questionarem por que esse projeto de lei destaca um tipo de tecnologia, mais a maré se voltará contra ela.”, tuitou a Blockchain Association nesta segunda-feira (26).
“A moratória proposta em Nova York sobre a mineração com Proof-of-Work (S6486D/A7389C) tem uma consequência não intencional — ela coloca a inovação em segundo plano.”
“Isso teria implicações significativas para a segurança dos principais protocolos de criptomoedas.”
Brasil também está de olho na mineração
Embora o Brasil esteja longe de ser um polo da mineração, com apenas 0,49% em termos mundiais, o “Marco das Criptomoedas” aprovado pelo Senado Federal, também nesta segunda-feira (26), cita a atividade.
A medida adotada pelo Brasil consiste em zerar impostos sobre importação, industrialização e comercialização de máquinas para mineração. Contudo, assim como nos EUA, tal lei também obriga os mineradores a buscarem fontes renováveis de energia, bem como que estes neutralizem a emissão de gases de efeito-estufa.
Portanto, tais medidas em prol do meio-ambiente são um assunto internacional. Entretanto, no Brasil a mineração está longe de ser atrativa devido ao alto preço da energia elétrica.