No Rio de Janeiro, Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, era um dos sócios da empresa TroniPay, pelo menos até o mês de julho de 2021.
A empresa se apresentava nas redes sociais como uma fintech especializada em soluções de pagamento e chegou a publicar conteúdos patrocinados em portais de criptomoedas, em 2019.
Buscando se aproximar do mercado, muitos nem perceberam naquela época que dentre os sócios da “TRONIPAY SOLUCOES EM PAGAMENTOS E CARTAO LTDA” estava Glaidson Acácio dos Santos, que até então não era conhecido e muito menos investigado.
No entanto, essa empresa acabou se ligando ao esquema de pirâmide Investimentos Bitcoin, alvo de um processo na Justiça Pública de São Paulo e em todo Brasil, após várias denúncias de clientes contra o golpe que chegou a utilizar a televisão brasileira para captar investidores.
Investigada pela CVM desde 2019, a Investimento Bitcoin é comparada até ao esquema da Atlas Quantum, visto que utilizou técnicas sofisticadas de captação para seu negócio, antes de lesar os clientes.
Para processar os pagamentos dessa empresa, a TroniPay era a fintech escolhida. Para um advogado que acompanha o caso da Gas Consultoria, é muito estranho que essa empresa tenha baixado seu registro do CNPJ em 15 de setembro de 2021, justamente na data em que a empresa de Cabo Frio culpou a justiça e os suspendeu pagamentos para clientes.
O que disse o advogado que acompanha o caso do “Faraó dos Bitcoins” e viu uma estranha ligação da TroniPay?
Ao ver uma relação da TroniPay com o “Faraó dos Bitcoins”, um dos advogados que acompanha o caso da Gas Consultoria e já move processos contra a empresa na justiça brasileira, Artêmio Picanço, disse que acha estranho essa ter sido baixada bem no dia em que a empresa de Cabo Frio suspendeu os pagamentos de rendimentos aos clientes.
“A TroniPay era uma empresa responsável por pagamentos e recebimento de valores e, coincidentemente, foi baixada no mesmo dia que a GAS anunciou a paralisação das rentabilidades.”
Artêmio ainda declarou que caso os clientes da “Investimento Bitcoin” quiserem, eles poderão colocar a TroniPay no pólo passivo de alguma ação, assim como já aconteceu em um caso que tramita na justiça de São Paulo e cita até o “Faraó dos Bitcoins”.
“Ademais, sua relação na cadeia de consumo com a Investimento Bitcoin causa estranheza e demonstra a blindagem realizada por esta a outra empresa responsável por lesar diversos investidores, podendo ser arrolada solidariamente no pólo passivo de uma demanda judicial.”
Não está claro o porque o “Faraó dos Bitcoins” saiu da sociedade com a TroniPay dois meses antes do fim do negócio, mas o caso certamente chama atenção.
O Livecoins não conseguiu conversar com os antigos sócios da TroniPay para enviar um comentário, mas o espaço segue em aberto para manifestações. No Reclame Aqui, a TroniPay é alvo de várias reclamações de clientes.