O Fórum Econômico Mundial (WEF) emitiu um alerta sobre as vulnerabilidades das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), afirmando que governos devem implementar estratégias resistentes à computação quântica para proteger as moedas digitais de ameaças cibernéticas.
Em relatório publicado nesta quarta-feira (22), o WEF apontou que a computação quântica representa riscos para as técnicas de criptografia atuais, que são fundamentais para a segurança dos sistemas financeiros.
O relatório revela que mais de 98% dos bancos centrais ao redor do mundo estão desenvolvendo CBDCs como uma maneira de aprimorar os pagamentos transfronteiriços e promover a inclusão financeira.
No entanto, diz o WEF, a capacidade dos computadores quânticos de resolver problemas complexos também os torna capazes de quebrar a criptografia que atualmente protege os dados financeiros.
Isso deixa as CBDCs altamente vulneráveis a ataques cibernéticos, com potencial para interceptar comunicações, roubar fundos e causar graves impactos econômicos.
Medidas de mitigação
Os especialistas da Accenture em colaboração com o WEF destacaram a necessidade de incorporar agilidade criptográfica nos sistemas de CBDCs. Eles sugerem que ataques quânticos podem permitir que hackers se façam passar por indivíduos e realizem transações fraudulentas.
Um estudo de 2021 do Instituto Hudson indicou que um ataque quântico ao sistema de liquidação bruta em tempo real dos EUA poderia reduzir o PIB do país e desencadear uma recessão.
Para mitigar os riscos, o relatório do WEF recomenda várias estratégias, como a realização de análises de riscos de segurança quântica, a catalogação de mecanismos criptográficos e a imposição de medidas rigorosas de resiliência cibernética.
O WEF também recomenda a implementação de mecanismos de encapsulamento chave e algoritmos de assinatura para proteger as comunicações e identidades dentro dos sistemas de CBDCs. Esforços internacionais estão em andamento para descobrir abordagens que salvaguardem a próxima geração de sistemas de pagamento nacionais.
O relatório conclui que a agilidade criptográfica deve ser central em qualquer sistema de CBDC para proteger a infraestrutura financeira contra ataques cibernéticos quânticos.
“A colaboração entre os setores público e privado na implementação de resiliência cibernética será fundamental para deter a ameaça quântica de forma eficaz.”