Nesta sexta-feira (19), o Gaeco do MPRJ deflagrou a Operação CryptoLavagem contra o “faraó dos bitcoins” e um vereador de Búzios. Segundo a investigação, os suspeitos lavaram dinheiro com criptomoedas fruto de crimes na região.
Glaidson Acácio dos Santos, o faraó dos bitcoins, já é investigado em outros processos por crimes contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa.
Em investigação federal, por exemplo, ele foi alvo da quarta fase da Operação Kryptos na última semana, quando a PF revelou que o faraó tinha um ex-piloto de Pablo Escobar como parceiro.
Desde 2021, Glaidson é investigado também por tentativa de homicídio de um concorrente e por ser mandante da morte do “Rei do Pullback”, ambos na Região dos Lagos.
Gaeco do MPRJ deflagra operação Cryptolavagem contra vereador de Búzios e faraó dos bitcoins
Cumprindo mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) saiu nas ruas para prender os suspeitos.
Os alvos da ação são o vereador de Armação de Búzios, Lorram Gomes da Silveira, Glaidson Acácio dos Santos (“Faraó do Bitcoin”) e Carlos Alexandre da Silva.
Eles são suspeitos de operarem um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com o MPRJ, a intenção do grupo era de “ocultar a origem ilícita de valores provenientes da venda de alvarás no município de Búzios, com investimentos em criptoativos“.
Na casa do vereador investigado o Gaeco apreendeu R$ 48 mil em espécie, que foram confiscados.
Investigação começou em 2021
A Operação Cryptolavagem é um desdobramento da Operação Plastografos – fase 2, deflagrada pelo Gaeco/RJ em abril de 2021.
Na ocasião, uma quadrilha que atuava em Búzios, liderada pelo vereador Lorram e servidores da prefeitura, foi totalmente desarticulada.
O vereador suspeito já havia sido acusado de promover e liderar organização criminosa para cometer crimes de corrupção passiva, uso de documentos falsos e estelionato. A ação da quadrilha consistia em emitir alvarás em Búzios, na Região dos Lagos, de forma fraudulenta.
Atualmente, o vereador que tem como cúmplice o faraó dos bitcoins está em seu terceiro mandato em Búzios, função que ocupou em 2009 e 2016 segundo o MP.
Os delitos praticados pelo vereador foram cometidos quando ele ocupou um cargo de chefe de Gabinete do então prefeito André Granado, entre 2018 e 2019. Agora, o MPRJ pede que ele seja afastado do cargo de vereador e de suas funções públicas.
Essa não é a primeira vez que o faraó dos bitcoins é acusado de lavar dinheiro para crimes no estado do Rio de Janeiro. Isso porque, a investigação da PF chegou a apurar se ele lavava dinheiro para o tráfico de drogas também em 2021.