A Genesis, empresa de criptomoedas que declarou falência em janeiro de 2023, está buscando liquidar R$ 8 bilhões em três criptomoedas: Bitcoin, Ethereum e Ethereum Classic. As informações foram divulgadas na última sexta-feira (2) em um documento de 33 páginas.
A quantia está alocada nos fundos da Grayscale, que atualmente possui o maior ETF de Bitcoin do mundo. Ambas empresas são subsidiárias do Digital Currency Group (DCG).
O movimento da Genesis é similar ao da FTX, outra gigante que faliu e está tentando juntar dinheiro para pagar seus ex-clientes. No total, estima-se que a FTX liquidou R$ 4 bilhões em cotas do GBTC, podendo estar por trás da queda de janeiro.
Genesis pode pressionar Bitcoin com venda de R$ 6,9 bilhões
Embora queira vender suas participações em três fundos, os maiores investimentos da Genesis estão em Bitcoin. Dos R$ 8 bilhões, a empresa falida possui R$ 6,9 bilhões em cotas do GBTC da Grayscale.
O montante é equivalente a quase o dobro do valor vendido pela FTX, podendo pressionar o mercado. Na sequência, as cotas de ETHE, fundo da Grayscale de Ethereum, equivalem a R$ 850 milhões. Já seus investimentos em Ethereum Classic valem apenas R$ 190 milhões.
“Na Data da Petição, a GGC detinha 35.939.233 de cotas do GBTC”, informou a Genesis. Segundo cálculos, isso seria equivalente a cerca de 32.100 bitcoins. “Os Devedores estimam que o valor de mercado dos ativos do GBTC é de aproximadamente US$ 1,38 bilhão (R$ 6,9 bi) em 30 de janeiro de 2024.”
Além dos valores, outra diferença é que o único fundo da Grayscale que foi convertido em ETF foi o GBTC. Portanto, é possível que a Genesis só consiga se desfazer de seus bitcoins por enquanto.
O Bitcoin está cotado a US$ 43.480 no momento desta redação, apresentando uma leve alta de 1,2% nas últimas 24 horas. Embora seja difícil estimar o impacto dessa venda, vale notar que o BTC ficou abaixo dos US$ 40.000 nas últimas semanas após saídas massivas do GBTC.
Genesis está enfrentando grandes batalhas judiciais
Uma das parceiras da Genesis antes de sua falência era a Gemini, corretora de criptomoedas fundada pelos irmãos Winklevoss. Na data, os ‘gêmeos do Facebook’ processaram a Genesis e acusaram o Digital Currency Group de golpe.
Mais tarde o governo americano interferiu nessa briga, processando todos envolvidos conforme os clientes da Gemini tiveram seus saques travados. Outra gigante que se interessou pelo caso foi a SEC, acusando ambas de estarem ofertando títulos mobiliários não-registrados.
Por fim, vale lembrar que diversas gigantes do setor compraram o fundo de Bitcoin da Grayscale quando ele estava com um leve desconto. No entanto, esse desconto chegou a 50% e acabou quebrando algumas delas.
Com a conversão do fundo em um ETF, permitindo saques, esse desconto foi zerado. Portanto, isso explica parte das grandes saídas vistas pela Grayscale e pode dar um final feliz para aqueles afetados pela estratégia descrita acima.