Um processo coletivo contra a Riot Games, desenvolvedora do jogo League of Legends (LoL), está demandando 1 bilhão de dólares da empresa. No documento visto pelo Livecoins, eles afirmam que a Riot ajudou a promover a FTX, falida corretora de criptomoedas que causou danos bilionários a seus clientes.
Outra parte mencionada no processo é a LCS (League Championship Series), maior campeonato de LoL do mundo.
Como prova, citam que a Riot e a LCS fecharam um acordo de US$ 25 milhões nos primeiros dois anos e, além disso, receberiam outras dezenas de milhões nos anos seguintes para promover a FTX. Segundo outro processo mais antigo, da Riot sobre a FTX, a parceria envolvia US$ 96 milhões (R$ 477 milhões).
🚨Investidores processam @riotgames, desenvolvedora do jogo League of Legends #LOL, por promover a falida corretora de criptomoedas FTX. pic.twitter.com/xOI87cjAbJ
— Livecoins (@livecoinsBR) March 8, 2024
Uma curiosidade é que Sam Bankman-Fried foi citado quase 200 vezes neste processo. Além de ser fundador e ex-CEO da FTX, o ex-bilionário também era conhecido por jogar LoL durante reuniões com executivos de outras empresas.
“Ele mesmo admite ser famoso entre os investidores por jogar League of Legends durante reuniões e telefonemas”, aponta o processo. “Ele reconheceu no Twitter que jogou “muito mais [League of Legends] do que você esperaria de alguém que só dorme e trabalha”.”
“Essa ligação preexistente com um empresário então respeitado e admirado provavelmente abriu caminho para esta parceria oficial.”
Processo coletivo pede US$ 1 bilhão em danos para a Riot Games
Embora a parceria entre a FTX e a Riot Games tenha ficado na casa dos US$ 95 milhões, o processo coletivo está pedindo US$ 1 bilhão para a criadora do League of Legends, a Riot Games.
“Este Tribunal tem jurisdição sobre esta ação […] porque esta é uma ação coletiva de valor superior a US$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de dólares), excluindo juros e custos.”
Explicando o valor, citam que a Riot e a LCS “contribuíram para o colapso da FTX, FTX.US e Alameda Research” ao “ajudar e/ou participar ativamente na enorme fraude global multibilionária do Grupo FTX”.
Seguindo, o processo também cita o token FTT, que seria um valor mobiliário, bem como outras ofertas de rendimento sobre criptomoedas oferecidas pela falida corretora, “o que causou danos substanciais aos requerentes”.
“Um elemento chave foi a marca da FTX […] em transmissões ao vivo”, aponta o processo. “A transmissão incluiria “o logotipo fixo da FTX na tela durante todo o jogo — uma etapa sem precedentes do League of Legends no mundo inteiro”.”
“Às vezes, o logotipo da FTX era mais visível que o da Riot.”
Na sequência, o processo cita diversas interações no Twitter entre a LCS e a FTX, mais uma prova do nível de alcance da parceria.
Riot e LCS não foram as únicas a se darem mal com parceria com FTX
Além da Riot e da LCS, diversas celebridades que promoveram a FTX já foram processadas por antigos clientes da corretora de Sam Bankman-Fried. A lista conta com nomes como Tom Brady, Stephen Curry, Shaquille O’Neal e a modelo brasileira Gisele Bündchen.
Ainda no campo de esportes eletrônicos, a TSM havia fechado uma parceria de R$ 1 bilhão com a FTX, mas rescindiu o contrato logo após a falência da corretora. A lista segue com o Golden State Warriors, da NBA, e também a Mercedes, uma das maiores equipes de Fórmula 1.
As consequências dessa fraude bilionária também foram vistas no mundo real. O Kaseya Center, arena multiúso na Flórida, chegou a se chamar “FTX Arena” entre 2021 e 2023, mas retirou o nome da corretora logo após o escândalo.
Por fim, Sam Bankman-Fried foi condenado pelos 7 crimes em que foi acusado e desde então está preso numa das piores cadeias dos EUA. No entanto, os credores da FTX ainda não foram pagos e aguardam a liquidações dos ativos nas carteiras da corretora, algo que pode levar anos caso tomarmos a falência da Mt.Gox, corretora que faliu em 2014, como exemplo.