A holding financeira americana JPMorgan Chase pode oferecer negociação de bitcoin por meio de sua plataforma se houver demanda dos clientes. A afirmação foi feita pelo co-presidente do conglomerado, Daniel Pinto, sinalizando em entrevista à CNBC que tem a mente aberta sobre a moeda digital.
“Se, com o tempo, o bitcoin se desenvolver como uma nova classe de ativos que os gestores de capital e investidores adotem, o JPMorgan se envolverá”, disse ele. “A demanda ainda não apareceu, mas tenho certeza que em algum momento isso vai acontecer”, finalizou.
De acordo com a CNBC, o JPMorgan, que é um dos maiores bancos dos Estados Unidos, recentemente realizou uma reunião com milhares de investidores e, uma pergunta recorrente foi sobre “quando o gigante bancário iria se expor a moeda digital”.
A demanda por bitcoin que tem crescido no mundo todo forçou muitos bancos comerciais e instituições financeiras a considerarem se tornar um ponto de venda direto para a criptomoeda.
Além disso, a revelação do banco JPMorgan sobre a crescente demanda dos clientes durante a reunião veio poucos dias depois que o próprio banco previu (e errou) que o preço do bitcoin não chegaria a US $ 40.000, já que a “demanda institucional havia enfraquecido”.
O banco JPMorgan não é o único grande banco a querer oferecer serviços relacionados a bitcoin, na semana passada, a Goldman Sachs organizou uma reunião para expôs sua tese sobre bitcoin, ethereum e outras criptomoedas.
Antes disso, a maior gestora de ativos do mundo, BlackRock, admitiu que dois de seus fundos começarão a negociar contratos futuros de bitcoin.
O banco mais antigo dos Estados Unidos, o The Bank of New York Mellon, anunciou na quinta-feira (11) a adição de um serviço de custódia de ativos digitais.
As empresas de pagamentos digitais também não estão ficando para trás na adoção da moeda digital. A Mastercard e a Visa estão com projetos para introduzir suporte direto para criptomoedas em 2021, e o PayPal pretende permitir que seus mais de 29 milhões de comerciantes aceitem criptomoedas como pagamento em todo o mundo.
Durante a alta do bitcoin em 2017 diversos bancos cogitaram criar mesas de operações dedicadas a criptomoedas, mas nada saiu do papel e os bancos acabaram por criticar as moedas digitais. Naquele ano, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, chamou o bitcoin de uma fraude e que não acabaria bem.
A moeda digital simplesmente ignorou a crítica do banqueiro, continuou valorizando e ganhando adoção. Agora, o banco parece ter mudado de ideia e pretende oferecer serviços para negociar e custodiar o ativo.