A juíza Mariana Gluszcynski Fowler Gusso, da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba (PR), determinou na tarde da terça-feira (12) que o Grupo Bitcoin Banco prove até a próxima sexta-feira (15) a existência dos 7 mil bitcoins “pulverizados” pela empresa.
O sumiço das criptomoedas – cuja soma, na cotação de hoje, é de R$ 369 milhões – foi apontado no último relatório mensal de atividades da EXM Partners, que é a administradora judicial do grupo.
“(…) determino que a recuperanda demonstre pessoalmente à AJ, que é a auxiliar deste Juízo, a ‘paper wallet’ com as citadas criptomoedas, devendo tal reunião ser designada e realizada ainda essa semana”, disse a juíza.
Justiça determina que nova perícia seja feita por escritório de Curitiba
Na mesma decisão, a magistrada também determinou que uma nova perícia seja feita nas contas do Grupo Bitcoin Banco. Quem fará a análise, no entanto, é um escritório de advocacia, e não mais a EXM Partners.
Segundo a magistrada, a troca visa dar “celeridade processual” à recuperação judicial, visto que o TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná) já havia suspendido a designação da administradora judicial para realizar a perícia.
O escritório nomeado para fazer a análise técnica será o Atila Sauner Posse Sociedade de Advogados, localizado no bairro Jardim Social, na capital paranaense.
Advogado quer a prisão de “Rei do Bitcoin”
Desde que o relatório da EXM Partners apontou a “pulverização” dos 7 mil bitcoins que a empresa afirmava ter, diversos advogados e credores começaram a pedir na Justiça explicações sobre o paradeiro dos ativos digitais.
O advogado Thiago Oliveira Rieli chegou a sugerir a prisão do presidente do Grupo Bitcoin Banco, Claudio Oliveira – conhecido como “Rei do Bitcoin” -, caso ele não apresente o montante o mais rápido possível.
Até o ex-diretor jurídico do Grupo Bitcoin Banco, Ismair Couto, se manifestou à Justiça, pedindo a busca e a apreensão dos bitcoins da empresa. Ele é um dos credores e tem R$ 280 mil a receber em horários advocatícios.
Por causa da movimentação jurídica desta semana, até o próprio Grupo Bitcoin Banco, por meio de seu escritório de advocacia, se comprometeu a apresentar os 7 mil bitcoins.
Grupo Bitcoin Banco não comprovou suposto ataque hacker
Além de todas as falhas apresentadas pela administradora da recuperação judicial, nesta semana a Polícia Civil do Paraná arquivou – por falta de provas – o inquérito aberto para investigar a suposta fraude que o Grupo Bitcoin Banco disse ter sofrido ano passado.
Só para relembrar: há cerca de um ano, a empresa alegou ter sido vítima de um suposto ataque hacker, que permitiu que clientes se aproveitassem de uma falha para fazer saques duplos na NegocieCoins e na TemBTC. O valor do rombo, divulgado pela empresa na época, foi de R$ 50 milhões.
Segundo o relatório final, essa suposta fraude nunca existiu e a empresa pode ter inventado esse golpe para não arcar com a dívida milionária que tem com os clientes.