O projeto Libra foi um dos principais pontos de discussão do criptomercado durante o último ano. A criptomoeda que foi proposta pelo Facebook e é governada por uma associação de diferentes empresas gerou bastante comoção, principalmente entre os órgãos regulatórios.
A moeda foi duramente crítica por vários governos, por pessoas comuns, perdeu alguns dos seus principais parceiros e chegou a ser considerada um fracasso em seu modelo atual de negócios.
No entanto a Associação Libra ainda não desistiu. Foi anunciado recentemente que o Projeto Libra está passando por diferentes alterações em seus planos para tentar agradar os reguladores.
O que mudou na Libra?
Segundo o site Bloomberg, o Facebook e os seus parceiros anunciaram que agora a criptomoeda Libra vai ter suporte à diferentes versões de moedas digitais, a maioria com lastro em moedas fiduciárias, como o dólar. A mudança foi feita para tentar agradar os reguladores que estavam totalmente contra a ideia inicial da moeda.
Dessa forma, a Libra terá um lastro diferente em cada país, trabalhando com a moeda fiduciária de cada localização, em teoria, não sendo um substituto para o dinheiro local.
Nos planos originais, revelados a cerca de 10 meses atrás, a ideia era criar uma única moeda global lastreada em vários ativos e moedas fiduciárias diferentes.
Esse plano não agradou nem um pouco os órgãos reguladores e os políticos, já que o ativo digital poderia acabar sendo mais usado do que as fiduciárias de um país. A preocupação maior era que a Libra acabasse tirando o poder dos Bancos Centrais ao assumir o lugar das moedas oficiais.
A mudança também tenta evitar a possibilidade de a Libra ser classificada como um valor mobiliário, o que acaba trazendo muito mais vigilância regulatória.
Alteração na Blockchain
A moeda em si não é a única coisa que foi alterada. Os planos para a blockchain da Libra também foram atualizados, diminuindo um pouco a ambição de criar uma rede mais descentralizada, tal como a do Bitcoin.
Inicialmente, o grupo por trás do projeto tinha anunciado que a blockchain Libra iria começar apenas com participação das empresas pertencentes à Associação, mas que eventualmente a rede seria aberta para todos de forma descentralizada.
O Facebook voltou atrás nesse quesito e na atualização do projeto anunciou que apenas participantes autorizados poderão participar na blockchain.
Todos aqueles que quiserem aprovar transações na rede, e ganhar taxas de transação com isso, vão ter que receber autorizações especiais. O processo de autorização ainda está sendo definido.
Lembrando que os atuais membros, que poderão participar na blockchain, precisam pagar US$10 milhões pra rodar um master node.
Começando com o pé esquerdo de novo?
De acordo com o site Coindesk, essas alterações no projeto não foram o suficiente para aliviar as dúvidas dos reguladores. Pelo menos um membro do Congresso dos EUA continua bem cético em relação à Libra.
A deputada Sylvia Garcia, membro do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Estados Unidos, disse eu a versão revisada do projeto não resolve às preocupações levantadas no passado.
“Existem muitas questões ainda sem respostas relacionadas ao porque o Facebook quer desenvolver uma criptomoeda e em como isso vai afetar a economia e consumidores.
O Facebook e a Associação Libra tiveram a oportunidade de resolver as preocupações que eu meus colegas apontamos no Whitepaper inicial. Infelizmente eles escolheram não ouvir as preocupações bipartidárias sobre a Libra.”