Volume de Bitcoins negociados despenca em plataforma após implementação de KYC

Os volumes de Bitcoin na plataforma de negociação P2P mais antiga, a LocalBitcoins, sofreram uma forte queda desde 1º de outubro.

Na semana de 28 de setembro, a plataforma movimentou quase 250 milhões de reais em volume de negociação de bitcoin em todo o mundo.

Desde então, este volume vem caindo. De 191 milhões no dia 5 de outubro, 166 milhões no dia 12 de outubro e então para 150 milhões de reais na semana passada.

Localbitcoins volumes plunge due to AML/KYC, Oct 2019
Volume da LocalBitcoins

Essa forte queda deve-se à implementação do KYC (Know Your Costumer) em todo o mundo para dificultar a lavagem de dinheiro.

A plataforma baseada na Finlândia, que está em operação desde 2012, anunciou uma política em camadas em junho, na qual cada camada dá garantias a diferentes limites, esta política entrou em vigor em 1º de outubro.

Novo sistema de camadas

“As contas da camada zero (0), ou seja, os usuários que possuem apenas a verificação básica, podem realizar negociações de compra, mas não terão um endereço da carteira para recebimento na LocalBitcoins, nem poderão vender BTC e publicar anúncios”, disse a plataforma.

Isso sugere que os usuários dessa camada não podem fazer nada além de ordens de compra que não podem ser concluídos, pois não há endereço de bitcoin. Portanto, na verdade todo mundo precisa sua conta verificada na camada um (1) para fazer qualquer movimentação na plataforma.

Ou seja, basicamente todos precisam enviar a sua identidade, endereço físico e outras informações do KYC. Tudo isso é bastante fácil para os residentes dos países ocidentais, mas em muitos países é simplesmente impossível ou muito difícil fornecer um endereço.

A Albânia, por exemplo, não possui um sistema postal adequado. Não há “correio” como no oeste. Isso funciona apenas em outros países.

Anti-lavagem de dinheiro ou fechamento?

Na África, é muito mais comum uma estrada não ter um nome do que ter. Muito menos casas com números ou CEP.

Portanto, estes países estão sendo excluídos, e eles incluem pessoas boas e honestas que desejam escapar da inflação, apreensão ou até mesmo roubo, os requisitos das leis de AML focados no Ocidente não levam em conta a situação muito diferente em outros lugares do planeta, impossibilitando que certos usuários continuem usando a plataforma.

Além disso, em alguns países, apenas um passaporte seria o bastante para acessar a plataforma, já em outros países, como a Colômbia, a situação é diferente.

Como uma empresa registrada sediada na Finlândia, a Localbitcoins não tem muita opção devido à aprovação de uma lei que exige a “conformidade com a regulamentação de AML e CFT”. Nesse caso, CFT é um modelo de leis contra o financiamento de terrorismo.

A implementação da LocalBitcoins, no entanto, pode estar sujeita a críticas, porque geralmente há um limite de 10.000 dólares antes que esses requisitos se apliquem. Entratando a LocalBitcoins parece ter implementado um sistema no qual mesmo uma compra ou venda de 50 dólares de bitcoin precise de KYC.

Além da documentação adicional, eles precisam fornecer um endereço físico também para comprar ou vender 50 dólares, o que é impossível para pessoas de muitos países, porque em muitos países não há endereços reais.

Quem compra ou vende mais de 20.000 dólares por ano precisa fornecer mais uma prova oficial do endereço em seu nome, o que é novamente impossível para muitos.

LocalBitcoins descentralizada?

A LocalBitcoins não precisa ser uma entidade centralizada porque o que eles fazem é muito simples, grande parte de seu volume provavelmente deve-se ao fato dela ter sido a primeira, e mais conhecida, a aplicar este modelo.

A plataforma é basicamente uma maneira de duas pessoas concordarem que uma transferência fiduciária foi feita, além de um espaço onde se anuncia a intenção de vender ou comprar.

A LocalBitcoins pede que o vendedor bloqueie seu BTC até que a transferência do dinheiro fiduciário seja feita, e então libera tais BTC após a transação, algo bem simples.

Portanto, é apenas código, mas rodando nos servidores da LocalBitcoins. Isto poderia muito facilmente rodar em contratos inteligentes de Ethereum e você também consegue fazer isso com o Bitcoin, embora não seja tão prático.

Em relação ao Ethereum, primeiro você cria um contrato inteligente que servirá de custódia com o endereço do comprador e envia os ETH ao contrato inteligente que o bloqueia, até que você envie uma transação ou confirmação concordando em desbloqueá-lo.

O problema é por que o comprador deve confiar em você e o que acontece se o comprador não enviar o dinheiro?

Portanto, você teria que criar um contrato inteligente um pouco mais complexo, no qual o ETH é retornado se não for confirmado após X horas, mas não será devolvido se o comprador contestar, com ele bloqueado para uma resolução, ou talvez até totalmente bloqueado se eles contestarem o endereço de ETH que eles forneceram, com ele desbloqueável se ambos concordarem (ou a reputação de um endereço cair abaixo de um limite) e, obviamente, isso seria através da assinatura com os endereços que eles forneceram inicialmente.

Isso tem um pouco menos de segurança do que se alguém da LocalBitcoins decidir de uma maneira ou de outra com base em recibos, mas na prática a maioria das pessoas, mesmo na Localbitcoins, tenta estabelecer reputação e confiabilidade, o que poderia ser feito também nesse caso.

Também existem alternativas centralizadas para a LocalBitcoins. Existem sites similares para ETH e também para BCH. Também poderia haver versões locais, com um empresário na África, por exemplo, adotando uma abordagem de KYC mais apropriada para a região.

No entanto, no que diz respeito à LocalBitcoins, esta queda nos volumes parece drástica, pois não está claro se a plataforma conseguirá sobreviver de forma global.

Fonte: Trustnodes

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Top 100 poster @ bitcointalk, altcoin maximalist, interessado em mineração, trading, detalhes técnicos e econômicos. Do zero ao milhão em 6 meses com a Iconic Services. Nunca comprei 1 bitcoin, nem mesmo 1 satoshi, e não pretendo comprar.

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