A Coinbase, maior exchange de criptomoedas dos EUA, declarou neste domingo (6) já ter bloqueado mais de 25.000 endereços relacionados a cidadão e entidades relacionados a Rússia. Tais endereços são suspeitos de estarem ligados a atividades ilícitas, segundo investigações da própria empresa.
Esta notícia acontece em meio a sanções à Rússia, devido aos ataques à Ucrânia, realizada por diversos países, incluindo os EUA. Além disso, a Coinbase também está fechando contas de usuários sancionados por outros países como o Reino Unido, Canadá e Japão.
Contudo, o caminho para russos negociarem criptomoedas ainda segue aberto por outras exchanges. Um exemplo é a Binance que negou o pedido da Ucrânia, o mesmo acontece com a Kraken.
Exchange de criptomoedas acompanha sanções à Rússia
Esta é a primeira vez na história que o Bitcoin ganha foco devido a um conflito armado seguido por sanções econômicas. Alguns, como a ex-primeira dama americana Hillary Clinton, apontam que o BTC pode facilmente usado para driblar tal contra-ataque, outros notam que nem todos os russos estão lutando esta guerra.
Seguindo a discussão, parece que chegou a vez das sanções serem ampliadas, fechando mais uma porta para os russos. Desta vez, a maior exchange dos EUA anunciou que já bloqueou mais de 25.000 endereços ligados a indivíduos e empresas da Rússia.
“Hoje, a Coinbase bloqueou mais de 25.000 endereços relacionados a indivíduos ou entidades russas que acreditamos estarem envolvidos em atividades ilícitas, muitos dos quais identificamos através de nossas próprias investigações proativas.”
A empresa também nota que o número de pessoas pode ser bem menor. Como exemplo, cita que em 2020 bloqueou 1.200 endereços potencialmente ligados a um indivíduo sancionado. Tal análise foi realizada com dados onchain.
Além das sanções impostas pelos EUA, a Coinbase afirma que está fechando contas de pessoas e empresas sancionadas por outros países, bem como restringindo o uso da plataforma em certos países por completo.
“Durante a integração, a Coinbase verifica os aplicativos de contas em relação a listas de indivíduos ou entidades sancionadas, incluindo aquelas mantidas pelos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, Nações Unidas, Cingapura, Canadá e Japão.” aponta a nota da Coinbase. “Da mesma forma, usamos controles de geofencing (cerco geográfico) para impedir o acesso ao site da Coinbase, bem como aos nossos produtos e serviços, por qualquer pessoa que use um endereço IP em uma geografia sancionada (por exemplo, Crimeia, Coreia do Norte, Síria e Irã).”
Por fim, a Coinbase também nota que todas as criptomoedas negociadas em sua plataforma possuem registros públicos e permanentes. Sendo assim, transações são facilmente rastreáveis e podem ser ligadas a pessoas e empresas.
Nem todos concordam com tais sanções
Embora tais sanções criem uma pressão para que a Rússia abandone seus ataques a Ucrânia, nem todos concordam que a melhor estratégia é bloquear cidadãos russos.
Uma destas pessoas é Jesse Powell, cofundador e diretor-executivo da Kraken, que acabou dando uma declaração apimentada sobre o assunto. Na oportunidade, Powell afirmou que se fosse bloquear contas de países que promovem guerras, começaria pelos EUA.
Já a Binance, outra gigante do setor, afirmou que não congelará ontas de milhões de inocentes, apontando que nem todos estão envolvidos nesta guerra, apesar de sua localização geográfica.
Portanto, este é um assunto que ainda divide opiniões, principalmente por ser a primeira vez que o Bitcoin é usado, tanto para ajudar como para fugir de sanções, durante um conflito armado. Contudo, vale lembrar que exchanges podem ser obrigadas por seus governos a realizarem tais bloqueios.