A ESMPU (Escola Superior do Ministério Público da União) promove na segunda semana de outubro um ciclo de debates sobre uso de blockchain nos setores público e privado.
O evento, que ganhou o nome de “Blockchain: perspectivas no Brasil e no mundo”, acontece na terça-feira (8), às 14h30, no canal do YouTube da instituição.
Umas das convidadas é a analista sênior do Escritório de Governança da Informação do BC (Banco Central), Gabriela Ruberg. Ela tem 25 anos de experiência em gestão de dados no setor público.
A outra palestrante é a gerente de inovação digital do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Vanessa Almeida. A profissional é representante do Brasil no Blockchain Expert Policy Advisory Board da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Blockchain nos setores público e privado, eleições e democracia
De acordo com o edital, as palestrantes irão falar sobre como tecnologias descentralizadas podem ser usadas para garantir mais segurança e transparência nas transações, tanto no setor privado como no público.
Além disso, o encontro também “busca debater sobre a relação da tecnologia blockchain com a democracia e o exercício da cidadania por meio do voto”.
Inscrições para o evento sobre blockchain nos setores público e privado
As inscrições para o evento sobre blockchain podem ser feitas até dia 8 de outubro no site da ESMPU. Tanto membros do Ministério Público como do público externo podem participar.
Governo brasileiro e uso de blockchains
Na esfera pública, tanto o governo federal como os estaduais têm colocado em prática projetos com blockchain.
A Serpro, empresa pública de tecnologia vinculado ao Ministério da Economia, por exemplo, trabalha em uma blockchain para identidades.
Já o governo de Minas Gerais lançou recentemente um projeto com tecnologia de registro distribuído para controle de carvão.
No setor privado o cenário é parecido. A JBS, maior produtora de carnes do mundo, por exemplo, anunciou a utilização da tecnologia em um projeto de preservação ambiental.
Blockchain contra possíveis fraudes eleitorais
Já a ideia de usar tecnologias de registro distribuído nas eleições – tema que também será debatido no encontro – é discutida desde 2009, ano em que o Bitcoin foi lançado.
Especialistas, governos e entusiastas do setor acreditam que blockchains podem evitar possíveis fraudes nos pleitos, visto que são sistemas imutáveis.
A Russia, por exemplo, usou uma blockchain em uma votação sobre mudanças constitucionais no país. De acordo com comunicado enviado pelo governo de Vladimir Putin, a tecnologia garante “segurança e transparência do voto eletrônico”.
No Brasil, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) lançou neste ano um chamamento público para mudanças do sistema eleitoral. A ideia é atrair empresas dispostas a criar novos formatos de votações. Companhias que desenvolvem plataformas blockchain têm grandes chances.