A polícia civil do estado do Pernambuco estava há pelo menos nove meses na busca do líder de uma quadrilha. Considerado o maior hacker do Nordeste, o homem foi preso pela polícia em uma operação na última quarta.
Isso porque, ao conduzir seus crimes, Hugo José Santos Pereira Lima atacava clientes de bancos. Com práticas sofisticadas de engenharia social, o homem teria roubado pelo menos R$ 100 milhões de várias vítimas de seus golpes, apontam as investigações.
Seu bando já havia sido capturado em 2019, quando a Polícia Civil prendeu cinco pessoas na Operação Chargeback. A operação policial teria começado em setembro de 2019, sendo que de lá para cá, Hugo José, apontado como líder, estava foragido.
Polícia Civil prende homem considerado o “maior hacker” do Nordeste em nova fase de operação, crime teria levado até R$ 100 milhões das vítimas
Uma quadrilha internacional, com sede o Brasil, começou a ser desmantelada pela Polícia Civil ainda em 2019. Chamada pela PC-PE de Operação Chargeback, eram apurados crimes contra instituições bancárias como Bradesco e HSBC.
Em ataques hackers feitos contra clientes dos bancos, as vítimas eram enganadas com uso de engenharia social. Dessa forma, eram disparados vírus em e-mails, que ao serem abertos, buscavam obter informações financeiras das vítimas. O golpe também é conhecido de phishing.
Segundo o delegado João Gustavo Godoy, que chefia as investigações dos delitos atribuídos ao grupo, o golpe consiste no disparo de milhões de e-mails contendo vírus, de uma única vez. Ainda segundo o delegado, que explicou o “modus operandi” da ORCRIM, em coletiva quando da deflagração da Chargeback, se pelo menos 1% das pessoas que recebem os e-mails contaminados os abrissem, já seria suficiente para que os criminosos obtivesses um lucro milionário.
Uma vítima ao abrir o e-mail malicioso, estava exposta a perder suas “milhas” aéreas ou até ter seu cartão de crédito clonado. A quadrilha usava essas informações para fazer viagens e compras no exterior. As viagens eram sempre regadas a muito luxo, que era exibido em redes sociais dos investigados.
A quadrilha estaria atuando há pelo menos oito anos, e já havia sido investigada em operações em anos passados. Contudo, dessa vez a polícia agiu após acusações do Banco Bradesco, que informou estar sendo alvo de ataques hackers, e já teria perdido R$ 870 mil.
Prisão do maior estelionatário do nordeste certamente chamou atenção
Em nota, a polícia civil divulgou que a operação que prendeu o hacker Hugo na última quarta. O responsável pela prisão foi o delegado João Gustavo Godoy, da Delegacia do Cordeiro, localizada em Recife.
Foragido há nove meses, o hacker Hugo José Santos Pereira Lima, que é apontado como o maior estelionatário do Nordeste, foi preso preventivamente, ontem, 10, pela Delegacia do Cordeiro, que tem como titular o Delegado João Gustavo Godoy.
De acordo com o Blog da Noelia Brito, são pelo menos 27 pessoas envolvidas com os ataques hackers, que eram usadas como laranja nos crimes. O maior hacker do Nordeste, capturado pela Polícia, foi enfim preso em hotel de luxo em uma praia de Pernambuco.
“finalmente foi localizado pela Polícia em um flat de luxo na Praia de Barra de Jangada, nas proximidades da Reserva do Paiva”
O hacker teria uma vida de luxo divulgada em redes sociais, e é investigado por crimes como lavagem de capitais, furto mediante fraude e organização criminosa, além de possível associação com tráfico de drogas.
Hugo Lima também seria dono de 21 apartamentos em outro prédio no Ipsep e de 8 taxis, além de uma locadora de veículos, pelos quais seriam “lavados” os recursos furtados de suas vítimas.
Prisões de hackers que atacam bancos estão sendo mais comuns
De fato, a prisão do maior hacker do Nordeste chamou atenção na última semana. Contudo, no início de 2020, outra quadrilha teria sido encerrada pela polícia em crimes contra instituições bancárias.
No caso, uma hacker e seu marido estavam atacando agências do Banco de Brasília. Ao serem pegos, foram presos, mas como tinham criança pequena, a hacker pediu ao STJ para ser liberada da prisão. Naquele caso, os hackers utilizavam as criptomoedas durante o crime, para ocultar os bens roubados.