Uma ex-candidata a presidente e diplomata de Portugal criticou que seu país isente imposto e mais-valia das criptomoedas, dando espaço para que o setor cresça.
Essa fala foi feita por Ana Martins Gomes, do Partido Socialista de Portugal, sendo ela candidata a presidência do país nas eleições de 2021. Critica do governo de Vladimir Putin, ela participou do programa SIC Notícias e pediu que seu país reaja ao ataque russo na Ucrânia.
Uma das defesas dela é que seja criada uma zona de exclusão aérea na Ucrânia para permitir que civis do país sejam libertados pela OTAN. Além disso, ela defendeu que a Europa deixe de consumir commodities da Rússia, principalmente aquelas ligadas a energia.
Crítica do conflito, ela cogitou inclusive que a Terceira Guerra Mundial pode já ter começado.
“Portugal isenta imposto de criptomoedas e até mais-valia”, disse ex-diplomata do país
A pressão por uma resposta ao conflito na Ucrânia acabou levando o assunto das criptomoedas a ocupar o noticiário geopolítico. Isso porque, governos e políticos contrários a Rússia temem que o país se utilize das criptomoedas para burlar sanções econômicas impostas inclusive aos bilionários locais.
Vale ressaltar que as empresas Visa, Mastercard, American Express, PayPal, entre outras relacionadas a sistemas de pagamentos e serviços financeiros já abandonaram o país por conta das sanções. Ou seja, o governo local está sem acesso a muitas ferramentas para enviar e receber valores de outros países.
Mas para a ex-diplomata portuguesa Ana Gomes, a falta de cobrança de impostos em Portugal atrai empresas do setor ao país, que poderão inclusive processar criptomoedas que vieram da Rússia, cogitou ela.
Jurista no país ela declarou até que a corretora Binance lava dinheiro com criptomoedas e recusasse a aplicar sanções contra a Rússia, o que coloca em risco a situação em Portugal para a população de bem.
“Portugal, que ainda por cima, nos últimos anos se transformou em um centro de atenção de gente ligadas as criptomoedas, que são uma coisa completamente desregulada, inclusive ao nível europeu. O governo não pode fingir que o problema não existe, é um problema real, põe em causa a nossa segurança”.
A portuguesa ainda defendeu que o financiamento a políticos de Portugal com criptomoedas sejam investigados, e que o país que tanto atrai empresas do setor deva reagir como os Estados Unidos e Europa contra o crescimento desregulado deste.
Porque a crítica da portuguesa chama atenção em meio a guerra?
País europeu, Portugal tem sido um porto seguro para quem investe e trabalha com criptomoedas nos últimos anos, após uma decisão isentar impostos do setor em 2016. Ou seja, trabalhar com esse setor no país é promissor para muitas empresas que acabaram se posicionando lá.
Nos últimos dias, o jornal Expresso fez uma cobertura sobre o tema das criptomoedas em Portugal, que levou também muitas famílias para o país. Contudo, o setor é tratado ironicamente como um “paraíso-fiscal”, com o governo sofrendo agora pressões de parte da sociedade para lidar com o setor.
É importante lembrar que Portugal é um dos 12 países fundadores da OTAN e está sendo instado a participar, ainda indiretamente, no conflito da Ucrânia.
Brasileiro acredita que criptomoedas são para sobrevivência da população
Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, disse ao Livecoins que as criptomoedas já usadas em larga escala na Ucrânia, quarto país em volume de negócios no setor. Além disso, os russos utilizam o sistema para proteção contra o próprio governo.
Ou seja, essa é uma ferramenta que pode ajudar na sobrevivência dos cidadãos, principalmente em momentos de instabilidade.
“Os criptoativos e a economia descentralizada, ou seja, sem o controle das instituições governamentais, são alternativas ao sistema financeiro tradicional e podem ajudar na garantia do bem-estar e, neste caso, até na sobrevivência dos cidadãos”.