R$ 62 milhões em Ethereum foram “queimados” nas primeiras 24h após atualização

A verdade é que o Ethereum não se tornou 100% deflacionário com a nova atualização.

A atualização London foi implementada na rede do Ethereum nesta quinta-feira (5), e entre as novidades da atualização, a melhoria EIP-1559 introduziu um mecanismo de queima de tokens durante as transações, criando um ecossistema deflacionário na blockchain, pelo menos em teoria.

Desde de que foi implementada atualização já queimou mais de R$ 62 milhões em Ethereum, alimentando ainda mais a narrativa da criptomoeda como reserva de valor.

A rede queimou um total de 4.600 ETH em cerca de 24h, ou US$ 12 milhões nos valores atuais do mercado.

O mecanismo de queima de taxas de transação tem como objetivo melhorar não apenas a alta demanda da rede, mas também tornar as taxas mais fáceis de serem usadas.

As taxas do Ethereum sempre foram um ponto de discussão na comunidade, com muitos considerando uma “barreira” para o crescimento da rede e para uma adoção maior.

Com a nova atualização existe uma taxa base que deve ser queimada por padrão, com a possibilidade de pagar uma “gorjeta” para os mineradores para que a transação seja confirmada mais rápida.

A taxa base sobe quando há uma grande demanda e cai quando há uma queda de demanda.

Ethereum é deflacionário agora?

Enquanto a atualização London tem feito muita gente ficar animada com o Ethereum podendo se tornar “deflacionário”, com alguns dizendo que ele vai ter “três vezes o halving do Bitcoin”, há uma certa divisão na comunidade, com alguns dizendo que a nova atualização, no fim das contas, enxuga gelo.

A verdade é que o Ethereum não se tornou 100% deflacionário com a nova atualização. E essa é uma questão que precisa ser bem esclarecida para quem está olhando o ETH 2.0 como uma nova forma de investimento, algo que foi falado até mesmo por grandes nomes do setor. 

No entanto, ao calcularmos o atual funcionamento da rede, a cada bloco 2 ETH ainda são criados e distribuídos para os mineradores ativos. Isso faz com que no final do dia, cerca de 12.700 ETH sejam criados. O atual mecanismo de queima não consegue fazer com que esse valor seja “diminuído” e, portanto, o Ethereum ainda é um ativo inflacionário.

Então o que mudou? Enquanto o token do ETH ainda é inflacionário, com o novo mecanismo a sua inflação caiu em 36%, o que é ótimo, já que ajuda a diminuir o suprimento no longo prazo.

E claro, a inflação pode cair bastante no futuro, mas isso não significa que o Ethereum se tornou 100% deflacionário por natureza, como é o Bitcoin.

Sendo assim, é importante tomar muito mais cuidado com a narrativa de reserva de valor para o Ethereum que vem ficando bem comum.

O Ethereum pode ser um ótimo investimento com uma grande valorização no médio e longo prazo. A criptomoeda e sua blockchain é um dos ativos mais testados e com mais casos de uso de todo o criptomercado e por isso essa atualização merece bastante atenção, mas como sempre, o importante é sempre estudar muito sobre um ativo antes do investimento e não comprar o hype sem antes entender o fundamental.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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